Os mamíferos são considerados cosmopolitas e tiveram sua diversificação a partir do final do Paleozoico e se diversificando no Jurássico Médio. Os mamíferos possuem algumas características típicas, porém, não se tem registro sólido de mamíferos no Mesozoico, em vista ao período Cenozoico.
A partir disso, podemos sugerir que os vestígios fósseis podem fornecer dados mais concretos, já que complementam dados osteológicos e inserem novas informações a respeito do comportamento desses mamíferos- padrões de locomoção e distribuição geográfica.
O Brasilichnium nem sempre foi considerado mamífero verdadeiro, já que esse gênero ocorre em um amplo intervalo de tempo e poucos mamíferos funcionais – de quatro dedos, foram encontrados nesse período de tempo. Dessa maneira, podem ocorrer equívocos na distribuição espaço-temporal desse táxon.
Indícios de mamíferos são comuns no mesozoico, sendo o Brasilichnium um dos gêneros a deixar pegadas no deserto – sobressaindo a movimentação assimétrica e membros funcionais de quatro dedos.
O presente artigo, reavalia a preservação de trilhas UFRGS-PV-0067-K, ressaltando a ocorrência do Brasilichnium ao sul do Brasil. E discutindo a metodologia relacionada à presença de pegadas de tetrápodes em ambientes eólicos no sul do Brasil.
A UFRGS-PV-0067-K tem duas trilhas paralelas. Nessas trilhas foram observados o tamanho dos passos e o ângulo médio do ritmo. No entanto, pela falta de dados morfológicos é difícil inferir se as impressões são provenientes dos pés ou das mãos dos Brasilichnium.
Todavia, foi possível, devido â bitola larga e â angulação do ritmo, saber que se tratava de um animal quadrúpede. As impressões em formato de meia lua, presentes nas duas trilhas, indicam que elas foram feitas em solo inclinado. E essas mesmas impressões ajudaram a comprovar que as trilhas eram praticamente paralelas. Devido â ausência de dígitos ou garras, não foi possível determinar a espécie de Brasilichnium que se encontrava naquela região.