top of page
Foto do escritorRichard Campos

Quais são os ecossistemas brasileiros?

Atualizado: 19 de jan. de 2023

Quando se fala em ecossistemas brasileiros, logo conectamos com a floresta Amazônica e/ou Mata Atlântica. Entretanto, o Brasil possui cerca de 9 ecossistemas principais, você conhece todos eles? Ficou curioso para conhecer essa diversidade de ecossistemas que compõem o território brasileiro? Veja no texto a seguir.

Quer ir para uma parte específica deste artigo? Basta clicar em algum dos links:



Você já pensou em produzir conteúdo para Internet? Escrevemos um E-book 100% gratuito com diversas ferramentas perfeitas para isso. Aproveite!


O que são ecossistemas?


São chamados de ecossistemas os conjuntos formados pelas interações entre os fatores bióticos (seres vivos) como, por exemplo, microrganismos, plantas, animais e fatores abióticos (não vivos) como os ventos, a água e etc.


Os ecossistemas podem ainda ter diferentes dimensões e ser divididos em:


  • Ecossistemas terrestres: alguns de seus exemplos são representado por desertos, florestas e pastagens;


  • Ecossistemas aquáticos: são representados por mangues, rios, lagoas e ambientes marinhos (água salgada).



Diversidade de espécies em um ambiente marinho (Fonte: Pixabay).



Qual a diferença entre ecossistemas e biomas?


Os termos “ecossistema” e “bioma” em muitos casos são utilizados como sinônimos e, embora estejam intimamente ligados, não possuem a mesma definição. Então, como diferenciá-los?


Os ecossistemas, como já mencionado anteriormente, estão relacionados com as interações de fatores bióticos e abióticos de um determinado ambiente onde ocorre a passagem de energia de um ser vivo ao outro (fluxo de energia) e também a reciclagem de matéria. Vale relembrar que os ecossistemas podem variar em seu tamanho, podendo ser pequenos, como um lago ou uma lagoa, e enormes como o próprio oceano.


Já os biomas estão ligados a uma área com mais de um milhão de quilômetros quadrados (equivalentes a cerca de 140 campos de futebol) e características como, por exemplo: tipos de vegetação, clima, regimes de chuva, altitude e o tipo de solo. Sendo estes fatores quesitos de sua classificação.


Diversidade de ecossistemas brasileiros


O Brasil é um país que possui dimensões enormes, consideradas, por muitos, como dimensões continentais, e acolhe em seu território uma imensa diversidade de fauna e flora.


Sua localização e clima, além de propiciar uma grande biodiversidade, também contribuem para a formação dos diferentes ecossistemas brasileiros. Sendo eles:


Floresta Amazônica:


A floresta amazônica ocupa cerca de 40% do território nacional, tendo sua vegetação presente em diversos estados, como: Amazonas, Acre, Roraima, Amapá, Rondônia, Maranhão entre outros.



Floresta amazônica, Brasil. Fonte: Pixabay


Vale lembrar que a Amazônia abriga diversos ecossistemas brasileiros em seu território: matas de terra firme, matas de igapós, savanas, campos alagados e vários outros.

A sua classificação também é variada conforme os tipos de sua vegetação, embora, seja em sua maioria uma floresta tropical. Algumas subdivisões possíveis para a Amazônia são:


  • Matas de terra firme: são aquelas que, por conta da sua altitude, não sofrem as inundações causadas pelos rios e abrigam árvores de grande porte, como as palmeiras, por exemplo.



Mata de terra firme. Fonte: Unsplash


  • Matas de várzea: são aquelas que em suas áreas mais elevadas sofrem pouco com inundações, mas que ficam inundadas em alguns períodos do ano. Entretanto o período em que ficam inundadas é curto e sua vegetação lembra um pouco a vegetação da mata de terra firme, contendo árvores de grande porte.


Já a outra parte desta vegetação, menos elevada/plana, fica inundada por um período maior e acolhe uma vegetação mais rasteira (menor porte).




Mata de várzea. Fonte: Unsplash


  • Matas de igapós: esse tipo de mata está localizada em terrenos mais baixos, ou seja, passam a maior parte do tempo inundadas. O principal tipo de vegetação encontrado nas matas de igapós são arbustos, musgos e a tão famosa vitória-régia.



Floresta inundada (igapós). Fonte: Unsplash


Mata Atlântica:


A Mata Atlântica está localizada desde o norte até o sul do país, sendo encontrada principalmente nas áreas costeiras. É responsável por abrigar uma enorme biodiversidade e acolher outros ecossistemas brasileiros, como o manguezal e a restinga, por exemplo.




Mata Atlântica,. Presença do manguezal na parte baixa da imagem. Fonte: Pixabay


Sua biodiversidade conta com quase mil espécies de aves, mais de 500 espécies representantes da herpetofauna (mais de 300 anfíbios e 200 répteis), também é rica em biodiversidade de mamíferos e peixes.




Mico-leão-dourado, símbolo da Mata Atlântica. Fonte: Pixabay


Devido a sua extensão, este ecossistema apresenta variações climáticas que vão desde clima tropical úmido ou superúmido até clima subtropical de inverno seco, e pluviométricas (níveis de chuvas) intensas variando de 600mm até 1600mm.


Mangues:


Os manguezais recebem esse nome por conta de sua vegetação característica, os mangues e são caracterizados pela presença de árvores e arbustos encontradas em solos lamacentos. Os manguezais estão localizados entre os ambientes aquáticos e terrestres.


Este ecossistema possui uma comunidade vegetal bem adaptada às condições de alagamento e alterações de salinidade.


São considerados os berços da biodiversidade por estarem localizados entre os ambientes terrestres e aquáticos, servindo como local de abrigo, reprodução e alimentação para diversas espécies de mamíferos, aves, crustáceos, répteis e anfíbios.


Mangues, vegetação com raízes aéreas. Fonte: Pixabay


Restinga:


A restinga pode ser definida como uma vegetação contendo plantas diversificadas e que varia conforme as condições climáticas, sendo sua principal característica o substrato arenoso. Esse tipo de vegetação é comumente encontrado em praias.


A restinga é um ecossistema brasileiro de grande importância para a biodiversidade servindo como abrigo para crustáceos, proteção para ninhos de aves e tartarugas marinhas e, principalmente como barreira física contra a ressaca do mar, impedindo o avanço da água e a erosão do solo da praia.



Vegetação de restinga. Fonte: Prefeitura Municipal da Serra


Mata dos Cocais:


A mata de cocais é um tipo de vegetação bem comum e característica do estado do Maranhão. Entretanto, é considerada um tipo de vegetação secundária (não primária), que cresceu em decorrência do desmatamento da floresta original da região.


Recebe o nome de mata de “cocais” por conta da marcante presença de palmeiras babaçu.. Que diferente de seus primos coqueiros, apresentam frutos (os “cocos”) pequenos.


Os cocos destas palmeiras são responsáveis por uma parte da renda das famílias que habitam a região. Deste coco é retirado o óleo de babaçu, utilizado em diversos pratos da culinária local e em produtos de beleza, a casca é utilizada na produção de artesanatos e utensílios.




Mata dos Cocais. Fonte: Conhecimento científico.


Caatinga:


A caatinga abriga uma rica biodiversidade. Entretanto, sua vegetação não apresenta árvores altas e verdejantes como a Mata Atlântica e Amazônia, por exemplo. O nome caatinga tem origem Tupi-Guarani e significa “floresta branca”, por conta da aparência de sua vegetação após o período da queda das folhas.



“Floresta branca”. Fonte: Unsplash.


Sua vegetação possui diversas formas de adaptação para enfrentar os períodos sem chuva, como os cactos que armazenam água em seus tecidos e modificaram os formatos de suas folhas para evitar a perda de água, e as bromélias que armazenam água por conta do formato de suas folhas, a estas plantas dá-se à classificação de xeromórficas (do grego: xero - seco + morphe - forma) “forma seca”, ou adaptadas aos climas secos - áridos e semiáridos.




Cacto, exemplo de planta adaptada aos períodos sem chuva. Fonte: Unsplash


Campos do cerrado:


O cerrado é considerado o segundo maior bioma do Brasil (em área), perdendo somente para a Floresta Amazônica. Possui uma diversidade de altitudes que variam de 300 m até 1600 m. Sua vegetação abrange savanas, inclusive com relações ecológicas com as savanas da África e Austrália; florestas e formações campestres.




Chapada dos Veadeiros, Goiás, Brasil. Fonte: Pixabay.


Vale ressaltar a diversidade na fauna do cerrado: as aves, por exemplo, são bastante expressivas sendo que, praticamente, metade dos registros de avifauna no país ocorrem neste bioma


Os representantes da herpetofauna (fauna de répteis e anfíbios) que, embora sejam numerosos, ainda podem estar subestimados pois muitas áreas ainda não foram pesquisadas, abrindo espaço para a descoberta de novas espécies.


Pantanal:


O Pantanal é a maior área úmida (alagada) do mundo e foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade e suas principais áreas abrangem os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.



Superfície alagada do Pantanal. Fonte: Unsplash


Por se encontrar em uma região de encontro de 5 biomas:Cerrado, Mata Atlântica, Amazônia, Bosque Seco Chiquitano e Chaco (estes últimos encontrados nas áreas próximas à Bolívia). As regiões do Pantanal são riquíssimas em biodiversidade, acolhendo mais de 3500 espécies de plantas, mais de 600 espécies de aves e ainda mais de 400 espécies entre répteis, anfíbios e peixes de água doce.




Tuiuiu ou Jaburu, ave símbolo do Pantanal. Fonte: Pixabay


Pampas:


O Pampa, no Brasil, está localizado somente na região do Rio Grande do Sul e corresponde a cerca de 63% da área do Estado. A vegetação do Pampas, embora tenha uma grande diversidade, cerca de 3000 mil espécies vasculares, é composta, predominantemente, por vegetação campestre: contendo gramíneas, herbáceas e espécies arbustivas. O Pampa também abriga outros ecossistemas como banhados, matas ciliares e de galeria.




Vegetação predominantemente campestre no Pampas. Fonte: IBFlorestas


Além da enorme diversidade vegetal, que abrange várias espécies em risco de extinção, o pampa também abriga mais de 300 espécies de aves, mais de 90 mamíferos, mais de 90 diversos répteis, 50 anfíbios e peixes.


Mata das Araucárias:


A mata das araucárias é um dos ecossistemas encontrados na Mata Atlântica e ocorre de forma predominante nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.


Caracteriza-se pela presença marcante do pinheiro brasileiro (a araucária) que pode chegar a 50 m de altura, e é uma espécie ameaçada de extinção.


As araucárias possuem o tronco reto e as folhas em seu topo se organizam no formato de uma taça, suas folhas são acículas (em formato de agulha) e não caem durante o período de inverno.




Pinheiro brasileiro (Araucária). Fonte: Pixabay


Assim como nos demais ecossistemas, sua fauna também é bem diversificada, acolhendo em seu espaço mamíferos, répteis, anfíbios e aves, que possuem adaptações para ocupar diferentes camadas da floresta.

Fizemos para você um kit de slides gratuito que deixarão as suas aulas ainda mais interessantes. Aproveite!

Por que os ecossistemas são importantes?


Os ecossistemas são responsáveis por permitir a habitação, alimentação, meios de transição e interação entre diversos organismos. Sem eles seria impossível garantir equilíbrio entre a biodiversidade.


Os ecossistemas também se tornaram fontes de renda e alimentação para famílias ribeirinhas que pescam ou recolhem crustáceos para comercializar ou se alimentar; para famílias que moram próximos às matas dos cocais que recolhem os babaçus para se alimentarem ou comercializarem, além da criação de artesanatos com as folhas dos coqueiros e muitas outras.


Vale ressaltar também a Amazônia que possui funções essenciais na retirada de carbono da atmosfera, além de influenciar diretamente no regime de chuvas das regiões Sul/Sudeste, por conta de um fenômeno conhecido como “rios voadores”.


Já a Mata Atlântica é responsável por acolher cerca de metade da população brasileira, além dos maiores centros urbanos, encontrados na região sudeste do país, é um bioma com grande fertilidade do solo e, ainda, uma das responsáveis pelo equilíbrio climático.


Os ecossistemas brasileiros são os berços para diversos organismos e contém os mais variados climas, microclimas, vegetação, espaços e interações. Sendo assim, é necessário que ocorra a preservação dos mesmos, para que não haja desequilíbrio e prejuízos socioambientais.


Para saber mais sobre as consequências do desequilíbrio da biodiversidade, leia nosso texto: Por que é essencial a preservação da biodiversidade?


Para os professores


Para auxiliar você professor a planejar sua aula, damos exemplos de experimentos relacionados a decomposição e habilidades que podem ser desenvolvidas com seus alunos com base na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a partir do uso deste texto como material de apoio.


(EF07CI07) Caracterizar os principais ecossistemas brasileiros quanto à paisagem, à quantidade de água, ao tipo de solo, à disponibilidade de luz solar, à temperatura etc., correlacionando essas características à flora e fauna específicas.


Quer saber sobre meio ambiente? Não deixe de conferir nosso Instagram e ler outros de nossos textos:



Escrito por: Richard Campos Rangel (@rick.campos.r)

Revisado por: Nicolas Nathan dos Santos


Como citar este texto:

RANGEL, R. C.; SANTOS, N. N. Quais são os ecossistemas brasileiros?. Potencial Biótico. Disponível em: <https://www.potencialbiotico.com/post/ecossistemasbrasileiros>

Acesso em:

Referências:


COUTINHO, L. M. O conceito de bioma. Acta botanica brasílica, v. 20, p. 13-23, 2006.

DEVELEY, P. F. et al. Conservação das aves e da biodiversidade no bioma Pampa aliada a sistemas de produção animal. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 16, n. 4, p. 308-315, 2008.

GOMES, F. H. Caracterização de solos de manguezais e de restinga no município de Ilhéus-Bahia. 2002.

INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS: Bioma Amazônico. Disponível em: <https://www.ibflorestas.org.br/bioma-amazonico>.

LEAL, I. R. Ecologia e conservação da Caatinga. Editora Universitária UFPE, 2003.

MACHADO, R. B. et al. Caracterização da fauna e flora do Cerrado. Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais. Brasília, Embrapa, p. 284-300, 2008.

MONTEIRO, M. T. F.; LUIZÃO, F. J.; SARAGOUSSI, M.; CONCEIÇÃO, A. C.; FRANÇA, M. N. C.; ZANCHI, F. B. Ecossistema amazônico: importante agente para o equilíbrio biogeoquímico global”. 2014

MONTEIRO NETA, J. L. Biodiversidade de formigas (Hymenoptera: formicidae) de serapilheira em duas áreas de mata de cocais do município de Bacabal-MA. 2016.

RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado. 1998.

STUMPF, ELISABETH TEMPEL et al. Características ornamentais de plantas do Bioma Pampa. Horticultura Ornamental, v. 15, n. 1, 2009.

VIGLIO, J. E.; DA COSTA FERREIRA, L. O conceito de ecossistema, a ideia de equilíbrio e o movimento ambientalista. Caderno Eletrônico de Ciências Sociais, v. 1, n. 1, p. 1-17, 2013.


889 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

コメント


bottom of page