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Rafael Oliveira
29 de jun. de 2021
In Paleontologia
Você já parou para pensar como era a aparência dos dinossauros? Talvez não seja tão parecido com os lagartos gigantes protagonistas em filmes, mas sim galinhas gigantes! Bem, não exatamente galinhas mas definitivamente animais com penas, reforçando a teoria de que os dinossauros podem não ser tão escamosos como pensávamos! Evidências oriundas de uma espécie do baixo cretáceo, incrivelmente bem preservada na China, indicam que a espécie de Maniraptora apresentava penas por todo o seu corpo mesmo antes da evolução de longos voos (M. A. Norell et al., 2005). De forma interessante, a preservação de certos fósseis promovem a manutenção de certas organelas no organismo como os melanossomas, especializadas na síntese e deposição de melanina. Aplicando este conhecimento à teoria, poderíamos descobrir a cor da plumagem de dinossauros extintos há milhões de anos! E foi exatamente isto que o grupo de pesquisadores realizou para o desenvolvimento deste artigo. A espécie alvo do estudo, cientificamente colocada como BMNHC PH828 e posteriormente descrita como Anchiornis huxleyi Por Xing Xu e colaboradores em 2009, apresenta um fóssil muito bem preservado, no qual é possível ver vestígios de penas nos membros anterior e posterior, além do contorno do corpo como podemos ver na imagem abaixo. A espécie pode ser classificada no clado Paraves dentro da família Troodontidae (Dongyu Hu et al., 2009) e acredita-se que seja oriundo do período Jurássico tardio. Para a realização das análises foi realizada a separação de amostras do fóssil e escaneamento por micrografia eletrônica para a leitura de corpos carbônicos já sabidamente conhecidos como melanossomas. A partir destas amostras foi realizado o gráfico abaixo. Juntando todas as amostras e analisando o gráfico obtido, os pesquisadores chegaram a resultados que indicam uma plumagem com tons de preto, cinza e marrom distribuídas de forma específica por todo o corpo do extinto animal. A imagem gerada da suposta coloração do animal segue abaixo. Curiosamente, o resultado obtido se assemelha a diversos pássaros vivos atualmente despertando o olhar dos cientistas para a importância nos padrões dos mecanismos de pigmentação das penas em termos evolutivos. Por fim, o artigo destaca que o padrão de cor das penas pode ser importante como fator de sinalização em diversas espécies, tanto em cunho reprodutivo quanto de predação.

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