Artigo de divulgação escrito por: Débora C. Teodoro, Débora Sofia de Sousa Sales, Louisse Lisa Denda, Luana Baptista e Pablo Augusto Gonçalves Dias.
Um experimento descrito no artigo de Lesuis et al. (2024) demonstrou que o estresse induz a formação de grandes agrupamentos neuronais no cérebro de camundongos, interrompendo o processo normal de formação de memórias. Como resultado, os animais passam a reagir com medo a situações que, em condições normais, seriam inofensivas. Isso ocorre porque as memórias são armazenadas em conjuntos de neurônios chamados engramas, que são ativados durante a formação de lembranças. O estresse interfere nesse agrupamento e afeta especialmente a amígdala, uma região do cérebro envolvida no processamento do estresse e das respostas emocionais (LESUIS et al., 2024).
O estudo, publicado na revista Cell, detalhou como o estresse prejudica a formação de memórias associadas a eventos ameaçadores. O experimento foi realizado em três etapas principais: inicialmente, camundongos foram expostos a situações de estresse, como a injeção de corticosterona (um hormônio associado ao estresse) ou a restrição física em pequenos tubos, elevando seus níveis hormonais. Em seguida, os camundongos, estressados ou não, foram colocados em uma câmara onde ouviram um som de tom médio por 30 segundos, considerado um evento neutro. Após um breve intervalo, retornaram à mesma câmara, onde ouviram um assobio de tom alto, seguido por um choque no pé, simulando um evento assustador.
Posteriormente, os pesquisadores testaram a memória dos camundongos em um ambiente novo, tocando os dois sons e observando suas respostas. Os camundongos com baixos níveis de corticosterona (não estressados) congelaram apenas ao ouvir o som associado ao choque, enquanto os camundongos estressados congelaram ao ouvir ambos os sons. Esses resultados sugerem que os animais estressados não conseguiram distinguir entre os estímulos neutros e ameaçadores (LESUIS et al., 2024).
Com base nesses resultados, é possível propor que animais mais estressados, incapazes de diferenciar eventos seguros de perigosos, podem se colocar em situações de risco com maior frequência, prejudicando sua sobrevivência. Nos camundongos analisados, o estresse resultou em respostas excessivas e desnecessárias a estímulos inofensivos, alterando tanto os mecanismos de defesa quanto os padrões de dispersão da espécie (FARIA et al., 2020).
Além disso, o estresse pode impactar diretamente a reprodução. Segundo Moreira et al. (2004), o estresse ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, que, por sua vez, inibe o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, levando à suspensão temporária da ovulação e, em alguns casos, à infertilidade. Esse efeito pode reduzir a capacidade reprodutiva das fêmeas, afetando o período reprodutivo e comprometendo a permanência da espécie. Santos et al. (2003) reforçam que os efeitos do estresse sobre a reprodução podem incluir alterações hormonais que comprometem não apenas a fertilidade, mas também a capacidade de desenvolvimento embrionário.
Portanto, os impactos do estresse vão além do comportamento imediato, influenciando a memória, a sobrevivência e até mesmo a reprodução, o que pode trazer consequências significativas para a dinâmica e a preservação de populações animais. Esses resultados sublinham a importância de compreender os efeitos multifacetados do estresse para mitigar suas consequências em contextos ecológicos e evolutivos.

Referências bibliográficas:
LESUIS, Sylvie L. et al. Stress disrupts engram ensembles in lateral amygdala to generalize threat memory in mice. Cell, 2024. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39549697/. Acesso em: 02 dez. 2024.
MOREIRA, Simone Da Nóbrega Tomaz et al. Stress and female reproductive function. SciELO Brasil, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/9ZNrvhBh4bPTcmVcZkD4tBN/. Acesso em: 02 dez. 2024.
SANTOS, Valesca Peter. O estresse e a reprodução. UFRGS, 2003. Disponível em: https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2018/01/stress_repr.pdf. Acesso em: 02 dez. 2024.
FARIA, Rodolfo Souza et al. Efeito do estresse crônico na memória espacial de curto e longo prazo em ratos Wistar. ResearchGate, 2020. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/343493043_Efeito_do_estresse_cronico_na_memoria_espacial_de_curto_e_longo_prazo_em_ratos_Wistar. Acesso em: 19 dez. 2024.
ROSA, Joilmaro Pereira. Endocrinologia do estresse e importância do bem-estar animal. UFRGS, 2003. Disponível em: https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2020/11/estresseendocrino.pdf. Acesso em: 19 dez. 2024.
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