Palavras-chave: Megafauna; Gigantes; Pré-história; Fauna
Todo mundo sabe que o Planeta Terra já abrigou diversos animais gigantes, comparados com os que vivem hoje. Registros fósseis revelaram animais como tartarugas (Stupendemys geographicus, tendo cerca de 2 metros) (1), crocodilos (Purussaurus brasiliensis, que chegava até 12 m de comprimento) (2) e cobras (cerca de 13m) (3) que coexistiam na Era Cenozoica no local onde hoje é a América do Sul, por exemplo.
No artigo Cadena et.al, os cientistas analisaram a anatomia, a biologia e relações evolutivas da tartaruga Stupendemys geographicus, do Mioceno. Eles documentaram a maior carapaça encontrada, medindo aproximadamente 2,40 metros e pesando cerca de 1145 kg. Os resultados das analises sugeriram, também, que elas eram a única espécie de tartaruga gigante da época e que havia dimorfismo sexual
Já Souza et.al, reconstruíram historicamente o gênero Purussaurus, que foi descrito pela primeira por Barbosa-Rodrigues, no Brasil. O espécime-tipo foi perdido quando o Museu Botânico do Amazonas, foi fechado em 1890. Dessa forma, outros espécimes foram considerados para o entendimento da evolução e paleobiologia do gênero. Outro artigo foi o de Head J et. al, onde descreveram as características de uma cobra gigante do Paleoceno.
Mas como era possível que esses animais fossem tão grandes naquela época?
Acredita-se que múltiplos fatores garantiram o sucesso do tamanho dessas espécies, como o clima, a grandeza e a disponibilidade do ambiente. Conhece-se pouco sobre as condições climáticas dos ecossistemas terrestres com precisão, mas é possível inferir analisando os fósseis de organismos da época e comparando com os que existem hoje, além da investigação do solo.
Vamos tentar entender esses processos utilizando o exemplo citado: América do Sul na Era Cenozóica.
Sabe-se que a temperatura é um fator de extrema importância para os répteis se desenvolverem (1). Logo, acredita-se que para chegarem a um tamanho grande, esses animais viviam em um ambiente quente, possibilitando um melhor funcionamento do metabolismo favorecendo a maior extensão.
Havia também uma maior disponibilidade de espaço e alimento, além de ter umidade. Estudos revelam que do Paleógeno até o final do Mioceno, a América do Sul foi ocupada com longos ecossistemas de água doce e litoral, conectando habitats e facilitando o intercâmbio de espécies, como mencionado em Cadena et.al.
Outro fator importante também seria a maior quantidade de oxigênio (4)(5) no planeta em relação ao que se tem hoje. Não só na América do Sul, mas os animais eram bem maiores em todo o globo, desde répteis como citado acima, até mamíferos, aves e insetos.
REFERÊNCIAS
Artigo principal:
1- Cadena E, Scheyer T, Villagra-Sánches M. The anatomy, paleobiology, and evolutionary relationships of the largest extinct side-necked turtle. Science Advances. Vol 6, Edição 7. (2020). https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.aay4593
Artigos complementares:
2- Souza L, Bandeira K, Pêgas R, Brum A, Machado R, Guilherme E, Loboda T, Souza-Filho J. he history, importance and anatomy of the specimen that validated the giant Purussaurus brasiliensis Barbosa-Rodrigues 1892 (Crocodylia: Caimaninae). Paleontology. An. Acad. Bras. Ciên. 93 (suppl 2). 2021)
https://www.scielo.br/j/aabc/a/yCnbRDxHpQfDgMn6yhtGvcT/?lang=en
3- Head J.J, Bloch J, Hastings A.K, Bourque J. R, Cadena E, Herrera F., Polly D, Jaramillo C. Giant boid snake from the Palaeocene neotropics reveals hotter past equatorial temperatures. Nature (2009). https://www.nature.com/articles/nature07671
4- Bampi F. Por que muitos animais pré-históricos eram tão grandes. Mundo Pré-Histórico (2013). https://mundopre-historico.blogspot.com/2013/05/por-que-muitos-dos-animais-pre.html
5- Libélula: um dos insetos gigantes que “enchiam a cara” de oxigênio. SuperInteressante (1996).
https://super.abril.com.br/ciencia/libelula-um-dos-insetos-gigantes-que-enchiam-a-cara-de-oxigenio/
Figura 1: Cadena E, Scheyer T, Villagra-Sánches M. The anatomy, paleobiology, and evolutionary relationships of the largest extinct side-necked turtle. Science Advances. Vol 6, Edição 7. (2020). https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.aay4593
Figura 2: Duarte F. Cinco curiosidades sobre 'superjacaré' brasileiro mais forte que tiranossauro. Da BBC Brasil em Londres. (2015). https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/02/150226_dinossauro_brasileiro_curiosidades_fd
Figura 3: Titanoboa era uma cobra pré-histórica gigante de 2.000 libras e 15 metros de comprimento. GreeLane (2019). https://www.greelane.com/pt/ciência-tecnologia-matemática/animais-e-natureza/titanoboa-worlds-biggest-prehistoric-snake-1093334/
Figura 4: Pensani T. Uma fauna muito, muito grande que chamamos de mega. Colecionadores e Ossos (2017). https://www.blogs.unicamp.br/colecionadores/tag/cenozoico/
Arrasou Thabata! Parabéns pelo texto ; )