escrito por Ana Sofia Pereira-Pedro, James Rilling , Xu Chen, Todd Preuss e Emiliano Bruner.
Publicado na Brain Behavior Evolution, em 25 de outubro 2017, uma revista cientifica criada em 1968 por Walter Riss, a qual aborda assuntos da Neurociência e Biologia evolutiva, cobrindo a Neurobiologia Evolutiva.
Em estudos anteriores cientistas constataram que o pré-cuneiforme, do inglês precuneus (uma região estrutural e funcional central que integra vários sistemas neurais, composta por diferentes sub-regiões envolvidas em funções cognitivas distintas) se expandiu na evolução humana com base em evidências paleontológicas, comparativas e intraespecíficas de fósseis e endocasts humanos modernos, bem como de cérebros humanos e de chimpanzés.
Nesse artigo, os autores analisaram a variação da forma do precuneus em macacos e símios, atestando que a principal fonte de variação anatômica entre humanos adultos são as proporções longitudinais dessa região, sendo elas muito maior no Homo sapiens. Sendo assim considerada a principal característica que diferencia a morfologia do cérebro sagital mediano humano do chimpanzé.
Para tal suposição, examinaram a variação pré-cuneiforme em diferentes espécimes primatas não humanos com o objetivo de avaliar o padrão geral de variabilidade em primatas e testar se as proporções pré-cuneiformes são influenciadas por efeitos alométricos do tamanho do cérebro. Ou seja, investigar em primatas não humanos possíveis padrões de atributos morfológicos que impulsionam essa variabilidade.
Dessa forma, a paleontologia foi imprescindível, pois usaram bancos de dados de ressonância magnética existentes descritos anteriormente e fosseis para análise. Evidências fósseis sugerem de forma semelhante que a alometria não pode explicar o aumento parietal diferencial no Homo sapiens, uma vez que os neandertais tinham volumes cerebrais semelhantes, mas superfícies parietais mais achatadas e mais curtas em comparação com os humanos modernos.
Os resultados que obtiveram mostraram que as proporções precuneus não covariam com o tamanho do cérebro, e que a principal diferença envolve uma expansão vertical das regiões frontal e occipital nos macacos, as quais podem refletir diferenças nas proporções cranianas.
Em resumo, esse estudo ressalta a importância do precuneus para a integração do corpo e do ambiente, em termos de coordenação espacial e, ainda está associado a deficiências metabólicas e vulnerabilidade a processos neurodegenerativos como a doença de Alzheimer. A evidência apresentada neste estudo sugere ainda que seu aumento em humanos modernos provavelmente não é uma consequência do aumento do tamanho do cérebro, e pode representar um caráter localizado e específico do Homo sapiens. Logo, vemos com esse artigo um exemplo de como a paleontologia auxilia no estudo da Biologia Evolutiva.