Por Amanda Lorena Marques Rosa; Jessica Alves Souza Ribeiro Silva; Pedro Henrique Tunes Pereira; Sara Ellen Costa Silva Reis; Tamiris Vanessa Miguel de Souza
As pesquisas em ecologia tradicionalmente estudaram os ecossistemas em termos de sua biofísica, ecologia e processos evolutivos não afetados pela influência humana. Porém, os ecologistas perceberam, nas últimas décadas, a necessidade de se observar os sistemas como equilibrados, mas em certos aspectos dinâmicos e altamente sujeitos a distúrbios, principalmente ocasionados por populações humanas.
Os cientistas concluíram que os ecossistemas terrestres podem ser orientados por processos (em vez de pontos finais) e geralmente são regulados por forças externas (não apenas mecanismos internos). Surge, então, nestas últimas décadas, uma nova linha de pesquisa que reconhece o ser humano como componente dos ecossistemas: a ecologia urbana.
A estrutura e o funcionamento de cada ambiente urbano envolvem um conjunto de fatores, como as escolhas de cada agente (famílias, empresas e outras instituições) em seus usos e comportamentos e também agentes físicos, como a geomorfologia, que é a constituição e formato do solo local, bem como o clima. Esses componentes determinam os diferentes padrões de desenvolvimento e de uso dos recursos naturais existentes em cada região.
Fonte: Jornal Brasil Econômico
Os ambientes terrestres apresentam distúrbios que podem interromper repentinamente a estrutura de um ecossistema, comunidade ou população e alterar o ambiente físico ou a disponibilidade de recursos. Esses fatores podem ter causas físicas e/ou biológicas e, geralmente, levam à morte ou à redução da abundância de uma espécie, que por sua vez pode favorecer outras espécies.
Os distúrbios naturais incluem fenômenos como tempestades e incêndios florestais. Porém, no ambiente urbano, vários outros distúrbios já vêm sendo estudados por ecologistas, como, por exemplo a remoção superior dos solos para a construção, que pode levar a uma redução de espécies.
Além de tudo isto, é importante dizer que os ecologistas urbanos estudam como as atividades urbanas afetam os rios, o ar, as florestas e outros remanescentes naturais presentes nas cidades. Eles avaliam o impacto do descarte irregular do lixo, da falta de saneamento básico, do desmatamento das áreas verdes, entre outros fatores.
A ecologia urbana tem um importante objeto de estudo, que é a interação entre a vegetação, os animais e os seres humanos em ambientes urbanos, e que ela pode, de diversas formas, contribuir para a sustentabilidade e a melhoria da qualidade de vida nos centros urbanos.
Desmatamento e uso exagerado dos recursos naturais
Um dos estudos da ecologia urbana se refere às consequências do desmatamento para o espaço urbano. Primeiro, é preciso entender que a urbanização é o processo em que a população urbana se torna maior que a da zona rural. No Brasil, com o surgimento das indústrias, as pessoas foram saindo das áreas rurais e indo para os centros urbanos devido às maiores oportunidades de emprego, educação e tratamentos médicos nas cidades.
Porém, as cidades não foram planejadas para comportar aquela quantidade enorme de pessoas que se deslocaram das áreas rurais. Dessa forma, é possível perceber que o crescimento das cidades ocorreu de forma desenfreada e desordenada. Com isso, áreas exorbitantes de vegetação foram retiradas para a construção das áreas urbanas. O sudeste, por exemplo, região com maior atividade industrial e onde a população urbana mais se concentrou, possui o seu bioma, a Mata Atlântica, devastada pelo desmatamento, sendo a urbanização umas das causas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Floretas (IBF), atualmente, cerca de 90% da Mata Atlântica está completamente destruída em todo o território brasileiro e dos 10% que restaram, aproximadamente 7,5% pode ser totalmente extinta pelas atividades humanas.
Fonte: Imagens de satélite mostrando desmatamento no entorno de reserva entre 1985 e 2016 – Por National Geographic
O desequilíbrio ambiental causado pela urbanização pode afetar diretamente a população urbana. Estudos realizados indicam que, com a aproximação da área urbana com a área silvestre, o homem é infectado na região silvestre pelos mosquitos transmissores de doenças silvestres, como a febre amarela silvestre, e, quando retorna às cidades, leva tais doenças para o espaço urbano. Além disso, o desflorestamento, por promover a perda da biodiversidade, pode reduzir os predadores dos mosquitos, aumentando a sua população, e pode também diminuir as presas desses mosquitos vetores. Com isso, eles precisam migrar para outros locais em busca de uma nova fonte de alimento, como os humanos.
Fonte: Desmatamento na região Norte – Por Reuters
É importante ressaltar que os macacos não transmitem a febre amarela. Eles são hospedeiros, ou seja, são fonte de alimento desses vetores, assim como nós, e possuem um papel fundamental em alertar quando a doença está ocorrendo na região.
Fonte: Imagem por ARCA BRASIL
Segundo a Fiocruz, o último registro de febre amarela urbana, que tem o Aedes aegypti como inseto vetor, ocorreu na década de 40. Porém, a doença pode ser reurbanizada caso as pessoas infectadas na região silvestre se desloquem para os centros urbanos e sejam picadas pelo Aedes aegypti.
Além disso, o estudo realizado pelo IPEA revela que o desmatamento que ocorre na Amazônia também promove a proliferação de doenças epidêmicas, como a malária e a leishmaniose cutânea e visceral. De acordo com esse estudo, para cada 1% de desflorestamento na Amazônia, ocorre um aumento de 23% na ocorrência de malária e aproximadamente de 9% na ocorrência da leishmaniose no estado do Amazonas.
Portanto, é fundamental a conservação das matas, que protegem a biodiversidade e, além de serem essenciais para o equilíbrio do meio ambiente, também estão relacionadas com a saúde pública. No entanto, pesquisas mostram o aumento cada vez mais expressivo do desmatamento na Amazônia. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam que, entre janeiro e setembro de 2019, houve um aumento de 92,7 % no desmatamento em relação ao mesmo período do ano anterior.
Fonte: Desmatamento em Apuí, no Amazonas, região em que fiscais do Ibama realizaram operação em 27 de junho. – Foto: Bruno Kelly/Reuters
Dessa forma, a criação de leis ambientais mais rígidas, assim como a participação ativa da população no combate ao desmatamento, são medidas indispensáveis para reverter esse quadro.
Ainda, o estudo da ecologia urbana também inclui o uso exagerado dos recursos naturais no país, que é um problema ambiental que persiste desde o descobrimento do Brasil. Os portugueses extraíram tão intensamente o pau-brasil, encontrado na Mata Atlântica, para a construção de móveis e outros objetos usados nas cidades, que essa madeira quase foi extinta, já que naquela época não havia preocupação com o replantio dessas árvores.
Por muitos anos a questão ambiental foi ignorada mundialmente. Apenas após o uso desenfreado dos recursos naturais devido à industrialização foi que a população percebeu os danos ambientais causados e a conservação do meio ambiente começou a ser discutida.
É notável que o consumo exagerado faz com que o homem utilize mais recursos naturais, como o solo, água, ar, florestas e minerais, do que a natureza é capaz de recuperar. Isso acontece porque a procura descontrolada por alimentos, bens e produtos pela sociedade aumenta a produção industrial.
Fonte: Uso exagerado dos recursos naturais pelas indústrias. Fonte: https://www.coladaweb.com/quimica/quimica-ambiental/impactos-ambientais-causados-pelas-industrias
De acordo com a WWF, organização de conservação global, a Pegada Ecológica é um cálculo que mede o impacto negativo do homem no Planeta em hectares globais (gha), ou seja, a quantidade de recursos naturais gastos pode ser medida em área. Sendo assim, esse método permite a comparação dos diferentes padrões de consumo, bem como a análise da quantidade de recursos naturais utilizados e se a mesma excede a capacidade ecológica da Terra, que é de 1,8 hectares globais por pessoa. O cálculo da Pegada Ecológica pode ser feito por pessoa, cidade ou país. A cidade de São Paulo teve sua pegada ecológica calculada, que é de 4,38 hectares globais por pessoa, o que significa que se todas as pessoas da Terra também gastassem essa mesma quantidade, seriam necessários quase 2,5 planetas.
Diante disso, é evidente que a elevada demanda das áreas urbanas por recursos naturais aumenta a Pegada Ecológica das cidades, sendo, portanto, um sério problema ambiental. Estudos mostram que a Área verde, a Área construída, a Queima dos combustíveis fósseis, os Resíduos, o Consumo de Eletricidade, Consumo de água, Consumo de alimentos e a Área de ocupação ilegal são as variáveis mais utilizadas na análise da Pegada Ecológica urbana. Os estudos também mostram que os países desenvolvidos possuem a pegada ecológica significativamente maior que os países subdesenvolvidos, uma vez que possuem renda mais alta.
Ilustração de pegada ecológica – Fonte: CEPA
Dessa forma, a pegada ecológica chama a atenção para a parcela de cada indivíduo, cidade e país na degradação do meio ambiente e mostra a importância da utilização racional dos recursos naturais.
Coleta e Descarte de Lixo no Ambiente Urbano
Outro estudo da ecologia urbana é o aumento da quantidade de lixo gerado pela urbanização e crescimento populacional. As pessoas produzem lixo todos os dias, seja com embalagens de comida, produtos, restos de alimentos ou materiais descartáveis. Agora pense no lixo produzido diariamente por casa, depois por rua, quarteirão, bairro, cidade, estado, país e a nível mundial.
A responsabilidade da coleta de lixo nas cidades é da prefeitura do município. Uma parte do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) é destinada ao recolhimento de lixo no ambiente urbano. Há vários tipos de coletas de lixo, de acordo com a maneira mais adequada de se recolher cada um. Em relação ao lixo domiciliar e comercial (lojas e escritórios) é utilizado a coleta regular. Já para o lixo produzido pelas indústrias, deve-se analisar a natureza tóxica e não-tóxica dos materiais, realizando a coleta industrial por empresas especializadas. O lixo hospitalar requer uma coleta de alto risco, pois contém materiais tóxicos e contaminados. Além disso, antes de ir ao destino final estes materiais devem passar por uma incineração e esterilização. Há também a coleta de altíssimo risco que se faz com o lixo nuclear, sendo que esta não é realizada pela prefeitura e sim, pelas próprias usinas com técnicos treinados para isso.
Ultimamente, algumas cidades têm adotado a coleta seletiva de lixo, que separa o material de acordo com a sua categoria (orgânico, plástico, vidro, papel e latas), para a realização de programas de reciclagem. Depois de coletado, o destino final para o lixo geralmente é os aterros sanitários ou os lixões clandestinos.
No ano de 2010, uma lei que obrigava o fechamento dos lixões até 2014 foi decretada, o que não aconteceu, já que, até hoje, a maioria do lixo dos municípios brasileiros é jogada em lixões, que são depósitos a céu aberto nos quais os resíduos são descartados diretamente no solo, acarretando vários problemas ambientais e riscos para a saúde humana pela falta de infraestrutura adequada. Nesses locais ocorre a proliferação de animais como mosquitos, baratas e ratos, que são vetores de doenças como a dengue, leptospirose, entre outras, impactando diretamente a saúde da população urbana. Além disso, a matéria orgânica em decomposição gera o chorume, um subproduto tóxico que contamina o solo, podendo chegar até em lençóis freáticos, rios e mares, colocando em risco a saúde das pessoas que irão fazer o uso desses recursos.
Fonte: Lixão – Foto retirada de https://www.aregiao.com.br/noticias/2019/04/mma-lancou-o-programa-lixo-zero.html
O destino final correto do lixo urbano seria o aterro sanitário, mas nem sempre ele é utilizado pelo seu alto custo de construção e manutenção. Nele, o lixo é compactado, em seguida uma camada de material impermeável é colocada para drenar o chorume produzido, depois o material é enterrado e, por último, uma camada de grama é colocada por cima. Esse processo é repetido, gerando camadas sobrepostas. Ele é considerado sustentável, uma vez que possui sistema de drenagem, preservando a qualidade do solo e dos lençóis freáticos, faz o controle da água e do gás, e é bem menos poluente.
Funcionamento do aterro sanitário. Fonte: https://www.vgresiduos.com.br/blog/como-funciona-o-aterro-sanitario/
Porém, esses aterros sanitários uma hora deixam de comportar todo o lixo produzido pela população, sendo necessário mais e mais áreas para que novos aterros sejam continuamente construídos.
Tudo o que descartamos tem um tempo de decomposição diferente, sendo que a maioria precisa de vários anos (Tabela 1). Por isso, é necessário também a conscientização da população em relação á quantidade de consumo exagerado de materiais.
Tabela 1. Valores referenciais ao tempo de decomposição de materiais.
Um outro grande problema urbano são as enchentes. Elas podem ter causas naturais, mas também são agravadas pelo acúmulo de lixo urbano que é descartado incorretamente ou que teve uma má coleta. Os lixos entopem bueiros que são importantes para conter a elevação do nível dos rios. Além disso, o lixo é facilmente carregado pelas enxurradas, elevando ainda mais o volume da água. Esse lixo entra junto com a água da enchente para dentro das casas e estabelecimentos, gerando altos riscos para as pessoas, como afogamentos e doenças pela contaminação da água.
Uma alternativa viável para o controle do lixo é a reciclagem. Alguns municípios já adotam programas de reciclagem do lixo, mas estes ainda precisam ser mais implementados. Ela consiste em fazer o reaproveito de materiais cotidianos já usados (papel, vidro, garrafas pet, papelão, alumínio e vários outros) para produzir novos produtos. O alumínio, por exemplo, tem um alto índice de reaproveitamento, pois é facilmente derretido e transformado novamente em chapas de alumínio, voltando ao sistema de produção. Então pense em todas as latinhas de alumínio de bebidas sendo recicladas, terá um alto impacto positivo. A coleta seletiva ajuda muito na reciclagem, uma vez que, nesse tipo de coleta, o lixo é separado por categoria, geralmente tendo contêineres coloridos pela cidade, em que cada cor representa uma categoria. O papel dos cidadãos é separar os lixos recicláveis e depositar nestes contêineres, que são instalados pela Prefeitura. A prática da reciclagem reduz a quantidade de lixo que vai para os lixões e aterros, diminuindo danos ambientais, poluição, além de gerar novos empregos e rendas.
Lixeiras de reciclagem/ coleta seletiva – Retirado de http://www.ferrovelhocoradin.com.br/cores-e-simbolos-da-reciclagem/lixeiras/
Saneamento Básico
Como já discutido anteriormente, quanto mais a urbanização vem se desenvolvendo, mais lixo é produzido e mais recursos naturais são utilizados. Para uma cidade crescer é necessária uma boa estrutura de saneamento básico acessível a todos igualmente, mas, em muitos casos, isso não acontece.
Entende-se por saneamento básico um conjunto de procedimentos necessários para garantir e preservar uma boa saúde para a população humana, evitando a proliferação de doenças e preservando o meio ambiente. Entre esses procedimentos pode-se ressaltar: tratamento de água e abastecimento de água potável; coleta, canalização e tratamento de esgotos; coleta adequada de lixo e limpeza urbana; descarte e tratamento correto do lixo.
Infelizmente, o serviço de saneamento básico, que é direito por lei no Brasil, não chega a todos os habitantes. Segundo o INBEC (Instituto Brasileiro de Educação Continuada), aproximadamente 35 milhões de brasileiros não têm acesso ao abastecimento de água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso ao serviço de coleta de esgoto.
A saúde da população que não recebe esse serviço de saneamento básico se encontra em risco. Quando o esgoto e o lixo não são coletados, eles se acumulam e trazem várias complicações, como é o caso da proliferação de mosquitos vetores por conta da água parada, que transmitem várias doenças como a dengue, febre amarela, malária e outras. Além disso, o solo desses locais fica poluído com os resíduos e a chance da população que ali reside ingerir água ou alimentos contaminados, ou até mesmo se contaminar com o contato da pele com o solo, é grande, ocasionando doenças causadas por protozoários, bactérias, vermes, entre outros parasitos.
Falta de saneamento básico – Foto retirada de http://www.sambiental.com.br/noticias/como-lidar-com-falta-do-saneamento-b%C3%A1sico-no-brasil
Algumas alternativas que a população que carece do saneamento básico adota são a utilização da fossa séptica e do poço. A fossa séptica tem como função coletar as fezes e dejetos das pias e ralos das casas, em que a parte sólida é conduzida até o fundo e lá se decompõe, a porção líquida vai para o sumidouro e se infiltra na terra, penetrando o solo e tornando o local poluído. Já o poço tem como finalidade a coleta de água. Um problema que pode surgir a partir da utilização desses métodos é escavar o poço próximo a fossas sépticas e sumidouros, uma vez que ocorre grande risco de a água ficar contaminada com os dejetos coletados pela fossa, e assim ocorrer a proliferação de doenças.
É imprescindível levar saneamento básico para todas as áreas das cidades, afim de que a população possa ter uma qualidade de vida saudável e diminuir a incidência de doenças, contribuindo, desse modo, para que o crescimento das cidades ocorra sem maiores danos.
Conclusão
Como já foi citado, a ecologia urbana é uma expansão dos estudos de ecologia, que busca compreender, não só a parte física e biológica do ambiente, mas também a sua relação com os seres humanos dentro dos sistemas urbanos.
O ecossistema urbano é constituído de ciclos em que cada processo pode interferir no outro, tendo a presença dos seres humanos como componentes participantes. Sendo assim, eles podem exercer atividades que gerem consequências positivas ou negativas para o ambiente.
A interação entre os seres humanos e o ambiente, no processo de urbanização, pode ser bem complexa e muitos estudos estão sendo feitos para compreender essa relação.
Existem modelos que tentam explicar o desenvolvimento humano, a sua relação com o ecossistema e quais consequências podem ocorrer no ambiente e nos processos biológicos, como no exemplo demonstrado a seguir.
Fonte: Imagem adapatada do artigo “Integrating Humans into Ecology: Opportunities and Challenges for Studying Urban Ecosystems” – Marina Alberti, John M. Marzluff, Eric Shulenberger, Gordon Bradley,Clare Ryan, And Craig Zumbrunnen
Ou seja, a cidade sendo construída por uma demanda populacional gera um padrão estrutural para sustentar a população naquele local (a criação de meios de transportes, vias de circulação, prédios e edifícios). Essas atividades podem surtir efeitos no ambiente, como, por exemplo, o escoamento fluvial nas vias, a erosão de barrancos, a diminuição da biodiversidade, a extinção de espécies, etc.
O uso exagerado de recursos naturais é tão desenfreado que a natureza não consegue repor e manter o equilíbrio ambiental. O desmatamento vem aumentando cada vez mais, devido à procura de espaço de sobrevivência e plantio para alimentar a população em crescimento.
Vimos que se continuarmos gastando a quantidade de recursos que estamos utilizando hoje, precisaríamos de 2.5 planetas. Porém, nós só temos um, que por sua vez, já está bastante devastado pela atividade humana.
Outra atividade que afeta negativamente o nosso planeta é a coleta de descarte indevido de lixo. A população brasileira, nas áreas urbanas, está produzindo uma quantidade imensa de lixo. O processo de recolhimento é de responsabilidade das prefeituras, mas nem sempre o lixo é destinado de forma correta. Isso faz com que seja colocada em risco a qualidade das nossas águas e, consequentemente, a nossa saúde.
O saneamento básico é um fator que interfere na nossa saúde. Boa parte da população não tem acesso a esse recurso. As pessoas tendem a deixar o lixo a céu aberto, colocando em risco sua própria saúde. Mesmo com a utilização de poços e fossas a população ainda fica em risco pois esses meios possuem grande possibilidade de contaminar cursos d’água próximos.
Esses foram apenas alguns aspectos da ecologia urbana que estão diretamente ligados à interação dos seres humanos com o meio ambiente. Quando pensamos em cada um desses aspectos, podemos notar algo em comum entre eles: as atitudes que nós tomamos em relação ao meio ambiente e os nossos padrões de consumo possuem relação direta com o nosso planeta.
Os estudos da ecologia urbana vêm mostrar para todos que a nossa relação com o ambiente precisa mudar. Estamos causando um desequilíbrio muito grande o qual a natureza não repara facilmente. As enchentes, a seca, as mudanças climáticas, as ondas de calor, as doenças respiratórias, são todas consequências das atitudes humanas.
É de suma importância lembrar que este meio ambiente bonito e diverso é responsabilidade de todos nós como seres humanos, habitantes deste planeta azul. E atitudes simples podem fazer uma grande diferença.
REFERÊNCIAS
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https://www.menos1lixo.com.br/posts/lixao-x-aterro “Lixão x Aterro”
https://noticias.r7.com/brasil/proibidos-lixoes-ainda-sao-utilizados-para-descarte-de-residuos-no-brasil-25092019 “Proibidos, lixões ainda são utilizados para descarte de resíduos no Brasil”
http://cenedcursos.com.br/meio-ambiente/impactos-ambientais-lixoes/ “Impactos Ambientais Causados Pelos Lixões”
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http://www.assemae.org.br/artigos/item/650-saneamento-e-sua-relacao-com-o-desenvolvimento-urbano “Saneamento e sua relação com o desenvolvimento urbano”
https://www.inbec.com.br/blog/mais-35-milhoes-brasileiros-nao-possuem-abastecimento-agua-tratada-quase-100-milhoes-nao-tem-acesso-coleta-esgoto “Mais de 35 milhões de brasileiros não possuem abastecimento de água tratada e quase 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto”
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