As angiospermas são as plantas que produzem flores. Elas representam cerca de 90% de todas as espécies vegetais vivas da Terra. Apesar dos inúmeros conhecimentos obtidos a partir de estudos sobre elas, um mistério ainda permanecia não resolvido: Como seriam as características da primeira espécie de flor - aquela que deu origem a todas as espécies que conhecemos hoje? E quando ela teria surgido?
Pesquisadores publicaram na revista Nature o que seriam as possíveis respostas a essas perguntas. Através de um trabalho de reconstruções baseadas em modelos para flores ancestrais eles chegaram em um resultado de como seriam as possíveis características da flor ancestral de todas as outras: bissexual (com órgão reprodutor masculino e feminino em um mesmo indivíduo), com simetria radial, mais de três estames (órgão masculino) e mais de cinco carpelos (órgão feminino).
Diferente da maior parte das espécies vegetais da atualidade, essa flor ancestral não possuía uma separação bem definida entre suas pétalas e sépalas. Ou seja, ela possuía em seu perianto tépalas em espirais.
O estudo se baseou no maior conjunto de informações de características florais já reunidos, utilizando amostras de 792 espécies de plantas de diferentes famílias e ordens. Essa grande amostragem foi fundamental para chegar nesse resultado e possibilitar a montagem de uma árvore evolutiva das angiospermas.
Segundo os pesquisadores, essa espécie ancestral teria vivido entre 140 e 250 milhões de anos atrás (mesma época em que viveram os dinossauros). Enquanto o fóssil de flor mais antigo é datado de cerca de 130 milhões de anos atrás.
Os resultados obtidos por meio desse estudo são um avanço significativo para a compreensão da origem da diversidade das flores e da evolução das angiospermas. No entanto, a forma com que se originou a flor nas plantas permanece desconhecida.