Ao contrário do que muitos pensam, nem todos os dinossauros eram gigantes ou pareciam lagartos que caminhavam sobre a Terra. Outro equívoco popular é pensar que todos os animais pré-históricos eram dinossauros. Durante a Era Mesozoica, entre 250 e 65 milhões de anos atrás, os mares foram habitados por répteis que não são classificados como dinossauros, mas compartilharam o mesmo período na Terra. Alguns desses animais não possuem mais representantes atuais, são eles: os ictiossauros, plesiossauros e mosassauros.
Os ictiossauros são facilmente associados aos golfinhos por suas semelhanças superficiais, como a presença de nadadeira dorsal e as narinas posicionadas do topo do crânio, mas apesar da analogia entre eles o ictiossauro possui características únicas e marcantes, dentre elas: a presença de membros posteriores e o movimento da nadadeira caudal igual ao dos peixes. Os fósseis desses animais datam de 250 a 90 milhões de anos atrás e indicam que eles estão relacionados com um grupo de répteis conhecidos como diápsidos.
Um fato curioso sobre esse grupo é que ele possui os maiores globos oculares dentre os animais, podendo chegar a 23 centímetros em um animal de 4 metros de comprimento! Se compararmos com uma baleia azul que pode chegar a 30 metros de comprimento com um globo ocular de 15 centímetros podemos dimensionar o quão importante deveria ser o sentido da visão para esse animal.
Os plesiossauros são animais incomparáveis aos animais que conhecemos hoje! Sua estrutura corporal de pescoço longo com até 71 vértebras e uma cauda curta confundiu um pesquisador que reconstruiu o fóssil de maneira errada, trocando a cabeça com a cauda. Outras características desse animal incluem dentes longos e afiados para a caça e adaptações para a locomoção aquática, como corpo alongado e nadadeiras em forma de remo.
A origem desse grupo é um tema não concluído dentro da paleontologia, já tendo surgido diversas teorias sobre o seu parentesco, como a união dos plesiossauros e ictiossauros em uma única subclasse chamada Euryapsida, mas nenhuma das hipóteses estava correta.
Algumas pessoas já ouviram falar sobre esse estranho animal nas histórias sobre monstros! Uma lenda antiga sobre uma serpente nas águas do Lago Ness nas Terras Altas da Escócia roda o mundo com montagens fotográficas que ilustram o Monstro do Lago Ness, com pescoço longo e crânio pequeno. Tudo indica ser um plesiossauro, mas que existe apenas na imaginação da população, já que a aparição do animal foi confirmada como um mito.
Já os mosassauros tiveram uma grande importância no desenvolvimento das ciências naturais e da teoria da evolução biológica por terem sido os primeiros répteis extintos reconhecidos pela ciência. Os fósseis indicam que eles viveram entre 100 e 66 milhões de anos atrás e foram animais adaptados a vida no ambiente aquático. Esses animais tinham hábitos de caça e possuíam entre 1 a 15 metros de comprimento.
A respeito da origem e parentesco desses animais, acredita-se que eles evoluíram de um grupo de répteis terrestres que inclui serpentes e lagartos atuais, que possuem relação com o dragão-de-komodo e os lagartos-monitores.
Todos esses répteis, juntamente com grande parte dos dinossauros, desapareceram sem deixar descendentes.

Figura: Imgame ilustrativa do plesiossauro Elasmosaurus.
Artigo de referência: Sgarbi G.N.C., Bittencourt J., Marinho T.S. 2016. Répteis que um dia dominaram os mares. Terræ Didatica, 12(1):69-77.