Apesar de fazer parte do conteúdo de Ciências que deve ser abordado nos níveis educacionais do Brasil, o estudo da Paleontologia acaba muitas vezes sendo falho e, em alguns casos, até mesmo inexistente dentro das escolas. Embora tenha ocorrido algumas inovações nesta área nos últimos anos, ainda existem limitações significativas na educação sobre o assunto. Os fatores que levam a esse cenário variam, mas em geral, observa-se que a deficiência na formação acadêmica dos docentes seja o principal motivo.
A capacidade de formar pensamento crítico e social deve ser trabalhada desde os primeiros anos escolares. A paleontologia, por se tratar de um ramo que estimula reflexões e nos ajuda a compreender o surgimento da vida e toda a evolução no planeta, é de extrema importância nesse processo de formação cognitiva que se inicia ainda na primeira infância.
Por se tratar de um assunto complexo, a paleontologia costuma ser abordada de forma rasa e passada superficialmente para os estudantes. Partindo do pressuposto de que os alunos da educação infantil não compreendem ou não estão interessados nessa matéria, é normal que os professores não sintam a necessidade de se especializar nesses tópicos, quando necessário, e transmitir o conhecimento adequado nessa área. Além dos conceitos básicos sobre dinossauros e fósseis, que acabam se tornando o foco central de todo o conteúdo de Paleontologia ensinado nas escolas.
Publicado na revista Ciência e Educação, o artigo: “A Paleontologia na Educação Infantil: Alfabetização e Construindo o Conhecimento, v.11, n.3, p. 395-410, do ano de 2005, utiliza métodos que são capazes de atrair e prender a atenção dos alunos de quatro à seis anos, para os temas que desejam abordar, respeitando os limites e o nível de cada série escolar.
Com o objetivo de fazer da Paleontologia uma ferramenta de aprendizagem nos anos iniciais da educação infantil, os autores exploram metodologias e estratégias para que os conceitos dessa ciência sejam inseridos no cotidiano escolar. O intuito é que os alunos tenham um maior contato e familiaridade desde o processo de alfabetização até o ensino médio.
O uso de materiais claros e objetivos, recursos visuais, caça ao tesouro, gincanas e outras formas de estimular a curiosidade dos alunos, e até mesmo dos professores, mostrou-se de fato ser um método eficiente. Reforçando ainda mais que a forma como o conhecimento é passado pode influenciar durante toda a trajetória do aluno.
Referências Bibliográficas
Fernanda Torello de Mello, Luiz Henrique Cruz de Mello, Maria Beatriz de Freitas Torello. (2005). A paleontologia na educação infantil: alfabetizando e construindo o conhecimento. Ciência & Educação, v. 11, n. 3, p. 397-410.
Registro fóssil de Trilobitas. Disponível em: http://origens.org/os-olhos-dos-trilobites/
Grupo PET da Unifesp desenvolve atividades nas áreas de Palinologia e Paleontologia para crianças de escolas municipais de Diadema. Disponível em: https://www.unifesp.br/campus/dia/informes/364-grupo-pet-da-unifesp-desenvolve-atividades-nas-areas-de-palinologia-e-paleontologia-para-criancas-de-escolas-municipais-de-diadema
Projeto PaleoJr: Paleontologia para Educação Básica. Disponível em: https://www.blogs.unicamp.br/colecionadores/2017/05/27/projeto-paleojr-paleontologia-para-a-educacao-basica/
Projeto de Extensão: Caça ao Fóssil da equipe CAPPA/UFSM realizado na Quarta Colônia, RS. Disponível em: https://www.ufsm.br/unidades-universitarias/ccne/cappa/extensao/
Maravilha, Reyslla! Isso aí! Importante sabermos onde estão os gargalos do ensino de paleontologia (e outras áreas das ciências naturais), para entender as melhores formas de abordagem desses conteúdos, para estudantes e também para os professores do ensino básico, difusores desse conhecimento. Show!