Você já parou para pensar como era a aparência dos dinossauros? Talvez não seja tão parecido com os lagartos gigantes protagonistas em filmes, mas sim galinhas gigantes!
Bem, não exatamente galinhas mas definitivamente animais com penas, reforçando a teoria de que os dinossauros podem não ser tão escamosos como pensávamos! Evidências oriundas de uma espécie do baixo cretáceo, incrivelmente bem preservada na China, indicam que a espécie de Maniraptora apresentava penas por todo o seu corpo mesmo antes da evolução de longos voos (M. A. Norell et al., 2005).
De forma interessante, a preservação de certos fósseis promovem a manutenção de certas organelas no organismo como os melanossomas, especializadas na síntese e deposição de melanina. Aplicando este conhecimento à teoria, poderíamos descobrir a cor da plumagem de dinossauros extintos há milhões de anos! E foi exatamente isto que o grupo de pesquisadores realizou para o desenvolvimento deste artigo.
A espécie alvo do estudo, cientificamente colocada como BMNHC PH828 e posteriormente descrita como Anchiornis huxleyi Por Xing Xu e colaboradores em 2009, apresenta um fóssil muito bem preservado, no qual é possível ver vestígios de penas nos membros anterior e posterior, além do contorno do corpo como podemos ver na imagem abaixo. A espécie pode ser classificada no clado Paraves dentro da família Troodontidae (Dongyu Hu et al., 2009) e acredita-se que seja oriundo do período Jurássico tardio.
Para a realização das análises foi realizada a separação de amostras do fóssil e escaneamento por micrografia eletrônica para a leitura de corpos carbônicos já sabidamente conhecidos como melanossomas. A partir destas amostras foi realizado o gráfico abaixo.
Juntando todas as amostras e analisando o gráfico obtido, os pesquisadores chegaram a resultados que indicam uma plumagem com tons de preto, cinza e marrom distribuídas de forma específica por todo o corpo do extinto animal. A imagem gerada da suposta coloração do animal segue abaixo.
Curiosamente, o resultado obtido se assemelha a diversos pássaros vivos atualmente despertando o olhar dos cientistas para a importância nos padrões dos mecanismos de pigmentação das penas em termos evolutivos. Por fim, o artigo destaca que o padrão de cor das penas pode ser importante como fator de sinalização em diversas espécies, tanto em cunho reprodutivo quanto de predação.
Que bacana Rafael! Quem imaginaria que um dia chegaríamos perto de saber as cores de animais extintos, como esse dinossauro, não é mesmo?