Artigo de divulgação escrito por: Arthur Júlio Lacerda dos Santos, Isadora Maria Lopes de Oliveira, Livia Larangote Rezende, Lucas Henrique Correia Azevedo, Tainá Nogueira Nobre e Vinicius Rodrigues Marques.
A revegetação pode ser descrita como o processo de restauração da vegetação em áreas que sofreram distúrbios; isto é, o restabelecimento de comunidades vegetais por intermédio da sucessão natural, plantio de gramíneas ou de árvores em locais que foram danificados em algum nível [1-3]. Esses distúrbios podem ser alterações de origens naturais, tais como enchentes e incêndios, ou até mesmo alterações decorrentes de atividades antrópicas, como terras que sofreram processo de degradação após desmatamento, atividades agropecuárias e mineração [1,4].
A regeneração de áreas que foram degradadas é um componente de extrema importância para a sustentabilidade e tem se mostrado cada vez mais relevante, uma vez que os impactos ambientais causados pela exploração não planejada dos recursos naturais têm se agravado [5-6]. Esses locais que sofrem modificações em função do uso humano, apresentam baixo nível de cobertura vegetal, o que ocasiona uma série de problemas ao meio ambiente, tais como problemas na disponibilidade de água, compactação do solo, perda de nutrientes e até mesmo erosão [5,7].
No cenário ambiental brasileiro, a pecuária e a exploração de minérios se sobressaem como as principais atividades responsáveis pela criação e manutenção de áreas degradadas, onde a vegetação nativa é trocada por outra maneira de uso do solo, o que afeta diretamente a sustentabilidade [8]. A mineração é de especial relevância, dado que as empresas que operam neste setor possuem obrigatoriedades específicas, como a apresentação de um plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD) ao órgão ambiental competente [9].
O processo de revegetação se dá por meio de técnicas aplicadas que remediam ecossistemas que sofreram deterioração. Tais técnicas são capazes de promover, ao longo do tempo, o restabelecimento da fertilidade do solo, além de melhorar significativamente a infiltração de água, e com isso aumentar os níveis de retenção de água no subsolo; aumentar a variedade biológica e assegurar a manutenção dos ciclos biogeoquímicos [1,4-5]. Além disso, os benefícios advindos de projetos de revegetação corretamente aplicados, contribuem para a atenuação das mudanças climáticas, notadamente no que diz respeito à remoção do carbono da atmosfera [10]. Desse modo, a revegetação pode ser compreendida como um processo de recuperação a partir da aniquilação ou diminuição dos impactos causados pela ação antrópica que possui o objetivo principal de reconstituir um ecossistema autônomo e resiliente, formado por espécies vegetais nativas [11].


BENEFÍCIOS DA REVEGETAÇÃO
Aumento da Biodiversidade: A revegetação pode proporcionar a restauração da biodiversidade vegetal, animal e do solo (bactérias, fungos, nematoides, insetos, protozoários, etc.), ao restabelecer habitats adequados [12].
Absorção de Carbono: A revegetação pode aumentar significativamente o armazenamento de carbono pelas plantas, ajudando no aumento do "sorvedouro de carbono terrestre", ou seja, a capacidade da Terra de absorver e armazenar carbono [1].
Mitigação do Aquecimento Global: Ao absorver gás carbônico da atmosfera durante a fotossíntese, a vegetação reduz as concentrações atmosféricas desse gás [10], o que contribui para o resfriamento da superfície terrestre [13]. Além do mais, a revegetação promove a evapotranspiração, fornecendo um suprimento abundante de vapor de água para formação de precipitações [14].
Erosão do Solo: A vegetação é responsável pelo aumento da cobertura do solo, dissipando significativamente a energia da chuva e protegendo a superfície do solo do impacto direto das gotas de chuva, evitando assim o número de partículas de solo que são carregadas pela chuva e que se depositam nos rios [15].
A Produtividade: Com o aumento da biodiversidade e da quantidade de vegetação, a produtividade do ecossistema é intensificada [16-17].
REABILITAÇÃO, RECUPERAÇÃO E RESTAURAÇÃO
Reabilitação, recuperação e restauração são conceitos usualmente tratados como sinônimos, contudo apresentam nuances no contexto ecológico. Essas atividades se diferenciam com base na semelhança alcançada entre as condições antes e depois de sua aplicação em áreas degradadas [18].
A reabilitação consiste na reutilização do local degradado, ou seja, tornar o local funcionalmente útil para um certo objetivo, o que não necessariamente inclui o processo de revegetação [19].
A recuperação provoca condições que permitem o estabelecimento de algumas características da floresta original, como as espécies nativas e os processos ecológicos [20]. Este método é constituído por técnicas de remediação, revegetação e geotécnicas, com o objetivo de possibilitar o equilíbrio químico, físico e biológico do ambiente degradado [21]:
Remediação = Tem como objetivo neutralizar ou eliminar contaminantes no solo e na água, sendo desenvolvida a partir de tratamentos químicos ou por meio da biorremediação. [21]
Geotécnicas = Objetivam a estabilidade física do ambiente, para tal envolvem a construção de estruturas de retenção e contenção da água que impeçam os efeitos da erosão. [21]
Revegetação = Plantio de espécies vegetais nativas em região deteriorada. [21]
A restauração, por sua vez, é uma terminologia em discussão, pois trata-se de um mecanismo ininteligível, já que restaurar implica na exata reprodução das condições encontradas no local antes da degradação [22].
AMBIENTES DEGRADADOS
A degradação pode ser definida como alterações abióticas e bióticas formadas a partir de distúrbios que anulam as capacidades de regeneração natural de determinada área, ocasionando baixa resiliência; ou seja, redução da capacidade de regeneração sem a interferência da atividade antrópica [23-24]. Desse modo, um solo não degradado é aquele que apresenta fatores que favorecem o crescimento vegetal, como agregação das partículas, matéria orgânica, taxa de infiltração, capacidade de retenção de água e disponibilidade de nutrientes, entre outros [25].
Correlacionado com esse tópico, também há o conceito de floresta perturbada, que são as florestas afetadas pela intervenção humana, mas que ainda possuem condições de retornar à uma condição próxima da original [20].
A degradação, portanto, ocorre em razão de diversos processos e fatores que dependem dos agentes que os ocasionam. Os processos são as interações de natureza química, biológica e física que afetam a capacidade autodepurativa e a produtividade do solo. Os fatores, por sua vez, são os agentes e catalisadores, tais como compactação, desertificação, erosão acelerada, salinização, acidificação e lixiviação; que causam as alterações adversas nas características do solo [26].

ENTENDENDO A SUCESSÃO PARA APLICAR NA REVEGETAÇÃO
Sucessão pode ser definido como o processo de mudanças no ecossistema que acontece por meio de modificações feitas pela comunidade biológica, o que faz acender um novo ecossistema persistente [27]. No caso da revegetação, essas mudanças são classificadas como secundárias, ou seja, elas ocorrem em lugares que foram anteriormente ocupados por uma comunidade [28]. Além disso, é possível definir a sucessão se baseando em três modelos fluidos que podem se relacionar:
Modelo de Facilitação: As espécies pioneiras mudam as condições e a disponibilidade de recursos em um local, de maneira a favorecer a entrada e o desenvolvimento de novas espécies. Cada estágio da sucessão estimula o estágio seguinte, fornecendo meios para a instauração de outras espécies. [28]
Modelo de Inibição: Os invasores primários regulam a sucessão, bloqueando a invasão e o crescimento de outras espécies sem causar danos às espécies iniciais. Nesse modelo, a sucessão ocorre somente através da aniquilação ou substituição das espécies. Assim, a mudança sucessional permite domínio das espécies que possuem mais tempo de vida. [28]
Modelo de Tolerância: Defende que a sucessão leva a uma comunidade composta de espécies mais eficientes na exploração de espaço e recursos. [28]
Apesar das diferenças dos modelos, as espécies que possuem crescimento acelerado e taxas altas de dispersão predominam nas fases iniciais da sucessão, enquanto aquelas com menor capacidade de dispersão e crescimento lento tornam-se dominantes nas fases finais da sucessão. Espécies pioneiras estão mais submetidas a uma seleção do tipo r, e as espécies de áreas já estabelecidas, seleção do tipo k. É possível afirmar que a seleção-r predomina no início da sucessão, e seleção-k predomina à medida que mais e mais espécies e indivíduos colonizam a área. [28]
A revegetação tem mais chances de sucesso quando funciona dentro da estrutura da sucessão. Três componentes são necessários para que a sucessão ocorra: [29]
Disponibilidade do Sítio: A disponibilidade do sítio é as aberturas na comunidade de plantas onde existe a possibilidade de inserção de novas espécies; essas aberturas são criadas por perturbação, que é a mudança nas condições que ocasiona a exclusão ou a diminuição de algumas espécies de plantas. [29]
Disponibilidade de Espécies: Com os sítios disponíveis, as sementes e os propágulos das espécies são fundamentais para a ocupação destes sítios. [29]
Desempenho das Espécies: Plantas são capazes de interagir entre si e com o ambiente onde elas se localizam. O desempenho das espécies descreve o quanto uma espécie se sobressai em relação a outra no quesito crescimento, na mesma área. Na revegetação, os sítios são criados e preenchidos por espécies estrategicamente desejadas. Contudo, existem diversos fatores que podem afetar a dinâmica de longo prazo de uma comunidade de plantas. [29]
MODELOS NA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
01) Modelos Sucessionais = Se baseiam na sucessão ecológica e possuem como objetivo alcançar as características florais, ecológicas e genéticas do estágio de clímax. Para esse fim, as espécies florestais são agrupadas em classes ecológicas a partir de suas características comuns e em suas funções na dinâmica florestal (pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climácicas) [30]. Esses grupos são dispostos de modo que as espécies do estágio inicial da sucessão deem sombreamento adequado para o desenvolvimento das espécies dos estágios finais [20,31].
As espécies pioneiras são importantíssimas, dado que as mesmas formam as condições iniciais para o desenvolvimento das mudas de espécies não pioneiras [30]. Esse grupo é caracterizado pelo rápido crescimento, a capacidade de germinação e desenvolvimento sob a pleno sol e produção de muitas sementes, geralmente com dormência. O segundo grande grupo, o das climácicas, têm crescimento lento e germinam e se desenvolvem à sombra [20].
Entre esses dois grupos, está um gradiente de espécies classificadas como secundárias ou especialistas de pequenas clareiras. Essas espécies apresentam a capacidade de suas sementes germinarem à sombra, mas necessitam da presença da luz para seu desenvolvimento [20].
No Brasil, nas áreas de preservação permanente (APP), que devem ser revegetadas exclusivamente com espécies nativas, segundo o Código Florestal, se recomenda a aplicação do modelo sucessional [9]. Isso se deve ao fato desse modelo gerar os melhores resultados quando se considera os fatores crescimento e sobrevivência das mudas introduzidas em áreas degradadas [32].
02) Plantio ao Acaso = Nesse modelo as diferenças entre as classes ecológicas estabelecidos na sucessão ecológica não são relevantes, pois as espécies são tidas como semelhantes em termos de competição e exigências quanto à luminosidade ou sombra [30].
03) Nucleação = Segue a premissa de que a formação de micro-habitats e núcleos adequados para recepção de espécies diversas acelera o processo sucessional e irradia diversidade [33]. Desse modo, o maior número de ilhas, da área dos núcleos, mais rapidamente ocorrerá a colonização das áreas ao redor, formando um mosaico ambiental dinâmico [32].
04) Plantio em Módulos = Estipula uma combinação de espécies para sustentar os mecanismos da sucessão secundária em cada unidade de área [34]. Os módulos formam unidades independentes de sucessão com espécies de todas classes ecológicas, o que permite a introdução de espécies mais adaptadas para cada subunidade [32].
05) Sistemas Agroflorestais = Sistemas e tecnologias de uso da terra, na qual espécies vegetais lenhosas perenes são utilizadas em conjunto com manejo de cultivos agrícolas e animais em uma forma de disposição espacial [35]. Minimizam a degradação ambiental ao aumentar a ciclagem de nutrientes, diminuir a erosão e melhora a utilização dos recursos naturais presentes [36].
Apresenta níveis de complexidade distintos; dos mais simples, que são formados por união de espécies agrícolas com arbóreas, sem a preocupação da dinâmica de sucessão e da biodiversidade, aos mais complexos, que apresentam dinâmicas e diversidade similares às florestas naturais [37].
Além disso, em situações em que o entorno de remanescentes florestais está ocupado por agricultura altamente impactante, os sistemas agroflorestais são eficientes na absorção dos impactos advindos do entorno, exercendo uma função de zona tampão [30].
RELAÇÕES ECOLÓGICAS E A REVEGETAÇÃO
Plantas são organismos sésseis, contudo ainda interagem com os organismos ao seu redor [38]. Essas interações são localizadas, variando na escala a depender do porte da espécie, e podem ser positivas (facilitação) ou negativas (competição), com a intensidade diminuindo à medida que o espaço entre os indivíduos aumenta [39-40].
As interações facilitadoras entre plantas ocorrem quando alguns indivíduos alteram o microclima para outros indivíduos prevenindo flutuações extremas de temperatura, fornecendo sombra, amortecendo o vento, melhorando o solo e reduzindo a herbívora [41,42]. No entanto, as interações facilitadoras podem se transformar em interações competitivas à medida que os indivíduos crescem, as densidades aumentam ou as condições ambientais mudam [40-41, 43] .
Já as interações competitivas ocorrem entre indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes, sendo mais intensas quando os recursos são limitados [41]. Ao longo do tempo, essas interações competitivas podem aumentar o espaçamento entre plantas, à medida que indivíduos menos adaptados são superados na competição, e isso pode resultar em mudanças de padrões agregados para aleatórios e/ou regulares, com o envelhecimento dos povoamentos [44].
Nota-se, então, que as relações ecológicas são fatores a serem considerados em locais revegetados, pois as espécies apresentam diferentes habilidades competitivas e estratégias de sucessão. Portanto, pode-se aumentar a chance de coexistência utilizando uma diversidade de espécies e formas de crescimento e/ou manipulando arranjos espaciais ou épocas de plantio [45-47].
Logo, o arranjo espacial das plantas dentro de populações e comunidades desempenha um papel fundamental nos sistemas naturais e influencia muitos processos ecológicos (sobrevivência, competição, facilitação, polinização e dispersão de sementes) e funções do ecossistema (valor do habitat, erosão, captação de águas e nutrientes), intervindo, por consequência, nos resultados funcionais da revegetação em termos de autossustentabilidade, valor da biodiversidade e resiliência [38]. Ou seja, as relações ecológicas influenciam o tamanho da população, (abundância), o espaçamento (densidade), a composição da comunidade e o grau de agregação e segregação.
Na prática, o plantio de indivíduos mais próximos aumenta a sobrevivência, particularmente em mudas e espécies pequenas, sendo mais benéfico em áreas expostas a condições abióticas adversas [48-50]. No entanto, o plantio de indivíduos próximos pode resultar em forte competição e crescimento reduzido à medida que os povoamentos se desenvolvem, especialmente quando as condições ambientais ou a herbívora não limitam o desempenho [40]. Plantios agregados, por sua vez, têm o potencial de manter a diversidade em nível de comunidade, facilitar a polinização, limitar a invasão de ervas daninhas e melhorar o valor do habitat [38].
Já em relação às funções do ecossistema, maiores densidades podem reduzir a erosão, proteger contra altas temperaturas e aumentar a infiltração de água [48,51-53]. Os dossel das plantas também interceptam a chuva, reduzem as velocidades do vento e limitam a quantidade de radiação que atinge a superfície do solo, de modo que maiores densidades podem prevenir a erosão e diminuir as perdas por evaporação [52-54]. No entanto, povoamentos de alta densidade utilizam mais recursos do solo (nutrientes e água), e isso pode resultar no ressecamento da camada do solo e no esgotamento dos seus nutrientes [55-56].
REVEGETAÇÃO NO BRASIL
Até 1994, conforme Griffith, Dias e Marco Júnio (200), os processos de recuperação ambiental no Brasil apresentavam dois caminhos distintos, que envolviam estratégias mutuamente exclusivas de revegetação [5,57] :
a) o fechamento da área para regeneração natural, com possibilidade de enriquecimento - estratégia baseada na sucessão ecológica;
b) o estabelecimento de um “tapete verde” de espécies agressivas e de rápido crescimento, como capim-gordura (Melinis minutiflora) e brachiaria (Brachiaria decumbens); ou arbóreas, como o eucalipto (Eucalyptus sp.).
Atualmente a segunda estratégia é a mais usada, pois além de possibilitar uma rápida cobertura e proteção do solo, atende às exigências da legislação. No entanto, os resultados verificados, apontaram que essa estratégia não tem sustentabilidade no médio e longo prazo. Uma alternativa é a “estratégia de duas fases”, cuja proposta é combinar as duas abordagens anteriores, conjugando as potencialidades de cada método [5,57].
Figuras A e B ilustram, para cada estratégia, a evolução do produto ecológico X no tempo. Supõe-se que o produto desejado seja um sistema em desenvolvimento sucessional autossustentável e paisagisticamente atrativo. Comparando as curvas, verifica-se que a abordagem do tapete verde (Figura A) apresenta o desenvolvimento inicial rápido, mas atinge o equilíbrio em um nível inferior (X*) ao apresentado (X**) pela abordagem sucessional (Figura B). A proposta da UFV é combinar essas abordagens, proporcionando rápido aumento inicial na quantidade de X* e permitindo grande produção em nível X** (ótimo), quando a comunidade de plantas alcançar o ponto de estabilidade (Figura C). Desta forma, poder-se-ia conjugar as potencialidades de cada método. PASSO A PASSO DE UM PROJETO DE REVEGETAÇÃO
Para que um projeto de revegetação seja bem sucedido é necessário um planejamento cuidadoso que leve em consideração a comunidade local, as informações sobre o uso do solo anterior à sua perturbação, as condições ambientais e o monitoramento contínuo [5,58]. Portanto, para garantir a sustentabilidade em longo prazo pode-se esquematizar o processo de revegetação em sete passos:
01. Avaliação do Sítio = Para garantir a seleção adequada de espécies vegetais, deve-se identificar os aspectos predominantes e importantes de: [29]
(a) Clima: determinar a duração da estação de crescimento, as temperaturas médias anuais máxima e mínima, a precipitação anual e sua distribuição sazonal; [29]
(b) Posição da Paisagem: como elevação, declive, exposição, hidrologia e potencial de inundação; [29]
(c) Solos: textura, profundidade, capacidade de retenção de água, química; [29]
(d) Vegetação: caracterizar a vegetação atual, se atentando se as espécies são nativas ou exóticas; [29]
02. Metas do Projeto = Metas de recuperação ambiental são estabelecidas para orientar as ações de recuperação de áreas degradadas, visando à restauração das funções ecológicas e da qualidade ambiental [5]. Essas metas podem variar de acordo com a natureza e a extensão da degradação, bem como com os objetivos de conservação e uso da área recuperada. Algumas metas comuns de recuperação ambiental são: [59-62]
(a) Recuperar a diversidade biológica da área, restaurando a vegetação nativa e proporcionando condições para o retorno da fauna e da flora locais.
(b) Recuperação da qualidade do solo, o que envolve a adoção de práticas que promovam a fertilidade, a estrutura e a capacidade de retenção de água do solo, como a adição de matéria orgânica e a construção de sistemas de drenagem.
(c) Melhoria da qualidade da água diminuindo o impacto da degradação sobre os recursos hídricos e incluindo a recuperação de nascentes, promovendo assim a redução da erosão e a minimização do lançamento de poluentes.
(d) Mitigação das emissões de gases de efeito estufa ao abrandar a contribuição da área recuperada para o aquecimento global, por meio da redução das emissões de gases de efeito estufa e da promoção de sumidouros de carbono.
(e) Uso sustentável da área recuperada de forma consciente e responsável, garantindo a continuidade dos processos de recuperação e a manutenção da qualidade ambiental.
Ou seja, o desenvolvimento de um ecossistema resiliente e autossustentável em que a vegetação prospere é a meta da maioria dos projetos de recuperação.
03. Controle de Espécies Daninhas = Controlar plantas daninhas antes, durante e após a revegetação ajuda a reduzir a competição das ervas daninhas com as espécies semeadas. O manejo integrado de plantas daninhas utiliza uma combinação de métodos de controle, incluindo: [29]
(a) Químico: uso de herbicidas para eliminar ou suprimir ervas daninhas. Embora o controle químico seja eficiente, as espécies semeadas podem ser danificadas por um herbicida, dependendo do herbicida usado e do momento da aplicação em relação à semeadura; [29]
(b) Mecânico: puxar, cavar, cortar, cultivar, rastelar e arar; [29]
(c) Biológico: uso de organismos vivos para reduzir as populações de ervas daninhas nocivas. O controle biológico clássico envolve a liberação de inimigos naturais, como insetos ou patógenos, que se alimentam exclusivamente de uma erva daninha nociva específica. O uso de gado para comer ervas daninhas nocivas também é classificado como controle biológico, mas é mais precisamente descrito como "pastejo direcionado"; [29]
(d) Cultural: deslocar o equilíbrio competitivo entre as ervas daninhas e a vegetação desejada, exemplos incluem fertilização adequada, irrigação e queima prescrita. [29]
04. Planejando a Semeadura = Ao selecionar plantas para uso em um projeto de revegetação é necessário se atentar a alguns fatores, com a finalidade de selecionar aquelas mais adequadas aos objetivos de uso da terra e às condições ambientais do local. [29]
(a) Ciclo de Vida: período que vai da germinação de uma semente até o fim da vida da planta. Espécies com vida útil mais curta se estabelecem rapidamente, e incluí-las em uma mistura ajudará a obter vegetação em crescimento enquanto as espécies mais lentas e de vida mais longa se estabelecem. [29]
(b) Origem das Espécies: determinar se uma espécie é nativa ou introduzida, é outra consideração ao selecionar espécies para uma mistura de sementes. Uma planta introduzida com a ajuda humana (intencional ou acidentalmente) em um novo local ou novo tipo de habitat onde não era encontrada anteriormente é considerada introduzida. [29]
(c) Formas de Vida e Crescimento: as comunidades vegetais são naturalmente uma mistura de plantas com diferentes formas de vida e crescimento, que são grupos de espécies com estruturas e funções semelhantes. Ao desenvolver misturas de sementes, inclua uma variedade de formas de vida (gramíneas, leguminosas, arbustos) e formas de crescimento (grama em tufos, grama cespitosa, raízes profundas e superficiais, crescimento precoce e tardio). Uma mistura de espécies com diferentes formas de vida e crescimento ocupará mais nichos ecológicos em um local e utilizará os recursos mais completamente no tempo e no espaço. Incluir várias formas de vida e crescimento em uma mistura de sementes também criará uma estrutura diversa no local, o que pode beneficiar outros objetivos, como a melhoria do habitat da vida selvagem. [29]
(d) Número de Espécies na Mistura: sistemas heterogêneos geralmente sustentam uma maior diversidade e abundância de espécies animais ao fornecerem uma variedade de recursos e de habitat. Misturas diversas utilizam os recursos de forma mais completa e resistem melhor às ervas daninhas. Com isso, as chances de sucesso na revegetação podem ser aumentadas, pois cada espécie responde de forma ligeiramente diferente ao conjunto de condições do local (por exemplo, padrões climáticos, solos diversos, condições ambientais e micro-sítios dentro de um local de plantio). Outros benefícios incluem diversificar a estrutura vegetal para melhorar o habitat da vida selvagem e a forragem, melhorar a saúde do solo adicionando raízes vivas e aumentar a diversidade de microrganismos do solo. [29]
05. Preparação do Sítio e Implementação = Preparar o local para a semeadura é importante para garantir o sucesso da revegetação. O objetivo geral é preparar o local para alcançar o melhor contato entre as sementes na mistura de sementes e o solo no local. Existem várias técnicas e práticas, e a adequação dessas variará de acordo com as condições do local, método de semeadura, seleção de espécies, recursos disponíveis e metas de revegetação. [29]
06. Monitorando o Estabelecimento = O monitoramento envolve avaliar periodicamente a vegetação que está crescendo no local para verificar se está no caminho certo para atingir os objetivos e metas de manejo. O monitoramento identifica problemas que podem impedir ou interferir no sucesso de um projeto de revegetação, tais como: mudanças inesperadas na composição ou abundância de espécies; invasão por novas ervas daninhas ou restabelecimento de ervas daninhas existentes; erosão do solo; áreas onde a revegetação falhou; estresse das mudas causado por condições secas. Identificar os problemas permite realizar intervenções. [29]
07. Manejo a Longo Prazo = O manejo é importante para ajudar a manter uma comunidade vegetal saudável. Para tal é importante avaliar o aspecto visual, densidade de plantas, altura média de plantas, número de espécies arbóreas e declinação de mudas [29]. Ao dar início à atividade de revegetação em áreas de florestas de proteção, é importante considerar que, através deste trabalho, somente se estará fornecendo os ingredientes iniciais necessários para o início de um processo de restauração da área. A manutenção e proteção das matas, após essa fase, dará condições para que a natureza se encarregue da continuidade do processo [20].
CONCLUSÃO
É importante frisar que não existe uma abordagem única que pode ser aplicada a todas as situações possíveis, e o processo de revegetação exige abordagens personalizadas, considerando a particularidade, a disponibilidade de recursos e limitações de cada caso. Compreender os processos ecológicos e as dinâmicas das espécies e dos locais envolvidos é primordial para que um projeto de revegetação seja viável e possa ser aplicado desde em pequenas áreas urbanas a grandes áreas de mineração, agricultura e preservação permanente.
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