Você conhece a taturana? Aquela lagarta toda “peluda” que muitas pessoas acham asquerosas mas que tem uma beleza sensacional? Então, elas são bem perigosas. Toda essa cor que algumas taturanas carregam são responsáveis por mortes e graves acidentes. Isso porque esses “pelos” na verdade são cerdas que possuem venenos e quando em contato com outros seres desenvolvem uma reação alérgica que pode evoluir para algo pior. Essas taturanas vivem geralmente em colônias nos troncos de árvores e seu veneno age sobre a coagulação sanguínea podendo impedi-la.
Após o contato com a lagarta a pessoa começa a sentir coceira, ardência e queimação intensa que pode se alastrar para outras partes do corpo, podendo haver nessa fase vermelhidão na pele, elevação da pele como alergia, bolhas na pele e boca, mal estar, febre, náuseas e sensação de desmaio. Após 48hrs o nível pode elevar muito partindo para sangramentos generalizados e até em órgãos mais internos.
Porém quando se fata do tratamento para esse acidente é que mora a mandiga da vovó. A recomendação popular é que logo após o contato com a taturana você abra a barriga dela tire a “barrigada” ou tripas e passe imediatamente no local onde teve o contato. Sim, já ouvi relato de professores que passaram por essa situação e que deu certo. Entretanto, a recomendação médica que se corra imediatamente para um hospital onde vai ficar em observação e quando necessário será aplicado o soro anti-lonomia. Pode acontecer também de demorar a chegar no hospital, então recomenda-se lavar o local com água e sabão sem friccionar e colocar uma compressa de água gelada ou o próprio gelo para aliviar a dor e auxiliar no corrimento do sangue, aconselha-se também a elevação do membro acometido também auxiliando a circulação do sangue.
Essa é mais uma das encruzilhadas que ficamos quando analisamos o bom e velho tratamento popular e o tratamento recomendado por profissionais da saúde. O que você faria se estivesse nessa situação? Será que usar a barrigada seria mesmo um mito?
Referências bibliográficas:
ERDTMANN, Bernadette Kreutz. Acidentes com taturana. Sul Brasil Rural, ed. 29, Chapecó, SC, 2010. Disponível em: <http://www.ceo.udesc.br/arquivos/id_submenu/285/caderno_udes c_029.pdf>. Acesso em: 12 de março de 2018.
FUNASA. Fundação Nacional da Saúde. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes causados por animais peçonhentos. Ministério da Saúde, ed. 2, p. 120, Brasília, 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_peconhentos.pdf>. Acesso em: 12 de março de 2018.