Você já desistiu de beber uma cervejinha no final de semana enquanto fazia tratamento com antibiótico? Ou já escutou que usar antibiótico ajuda seu corpo a ficar resistente? Existem muitas dúvidas sobre o uso do antibiótico. Confira aqui no texto o que a ciência responde sobre esses dilemas.
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Como o antibiótico combate as bactérias?
As bactérias são seres vivos unicelulares (formados por uma única célula), de tamanho microscópico e com núcleo sem organização definida. Existem vários tipos de bactérias e aquelas, conhecidas como bactérias patogênicas, causam doenças prejudiciais à saúde.
Então, para controlar a proliferação de bactérias patogênicas nas células infectadas são utilizados antibióticos, que podem ser do tipo: bactericida ou bacteriostático. O primeiro tipo causa a morte das bactérias e o segundo inibe o crescimento delas.
Antimicrobianos são substâncias capazes de inibir o crescimento de microrganismos patogênicos, como bactérias, fungos e vírus.
Os antibióticos são antimicrobianos que atuam sobre as bactérias, impedindo seu crescimento e consequentemente, amenizando os sintomas de doenças bacterianas. Dessa maneira, eles exercem um papel muito importante para a saúde pública.
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O que a ciência diz sobre o uso do antibiótico?
São frequentes as dúvidas sobre o uso do antibiótico durante o tratamento, mas nem todas as respostas encontradas pelos pacientes estão de acordo com os estudos científicos. Considerando isso, vamos usar a ciência como aliada para responder a alguns desses dilemas.
Usar antibiótico repetidas vezes aumenta a resistência do organismo?
O uso contínuo desses antimicrobianos não deixa o organismo do paciente mais resistente às bactérias. Pelo contrário, as bactérias podem se tornar resistentes com o uso indevido e repetido de antibiótico.
A resistência ao medicamento ocorre quando a bactéria se modifica ao longo do tempo e consegue sobreviver à seleção do antibiótico. Então, essas se reproduzem e geram outras bactérias resistentes ao medicamento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em 2019, que a resistência antimicrobiana é uma ameaça global. Pois a falta de um medicamento eficaz pode prolongar o tempo de doenças, aumentar a taxa de mortalidade e de internações hospitalares.
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Posso tomar bebida alcoólica enquanto uso antibiótico? Meio-Verdade!
Muitas pessoas acreditam que misturar álcool com antibiótico é prejudicial para a eficácia do medicamento, além de ser tóxico para o organismo. Porém, as evidências que explicam esse senso comum são fracas e questionáveis.
Atualmente, existem diversas pesquisas que apontam que a maior parte das interações entre álcool e antibióticos:
não reduzem a absorção do antibiótico;
não diminuem a eficácia antimicrobiana;
não desenvolvem toxicidade.
Porém, também existem casos em que a interação entre álcool e antibiótico deve ser evitada. Como as duas substâncias são metabolizadas no fígado, se este sofrer lesões por causa da alta quantidade de álcool consumida, pode ocorrer prejuízo na eficácia e na absorção do antibiótico. Além disso, a mistura pode causar a reação do tipo dissulfiram.
A reação do tipo dissulfiram ocorre quando o antibiótico inibe a enzima (proteína que aumenta a velocidade da reação química) responsável pelo metabolismo do álcool, gerando o acúmulo de uma substância tóxica no organismo. Essa reação é caracterizada por sintomas como: náuseas, dor de cabeça, fraqueza, convulsões, entre outros.
Portanto, o álcool pode ser consumido com segurança durante o tratamento com antibiótico, desde que em quantidades moderadas. Mas atenção, converse com o médico que prescreveu o antibiótico e leia a bula do medicamento para se certificar que as bebidas alcoólicas não irão atrapalhar o tratamento com o antimicrobiano.
Para você professor
Para auxiliar você professor a planejar sua aula, damos exemplos de habilidades que podem ser desenvolvidas com seus alunos baseadas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a partir do uso deste texto como material de apoio.
Ensino Fundamental:
(EF04CI07) Verificar a participação de microrganismos na produção de alimentos, combustíveis, medicamentos, entre outros.
(EF04CI08) Propor, a partir do conhecimento das formas de transmissão de alguns microrganismos (vírus, bactérias e protozoários), atitudes e medidas adequadas para prevenção de doenças a eles associadas.
(EF07CI09) Interpretar as condições de saúde da comunidade, cidade ou estado, com base na análise e comparação de indicadores de saúde (como taxa de mortalidade infantil, cobertura de saneamento básico e incidência de doenças de veiculação hídrica, atmosférica entre outras) e dos resultados de políticas públicas destinadas à saúde.
Ensino Médio:
(EM13CNT104) Avaliar os benefícios e os riscos à saúde e ao ambiente, considerando a composição, a toxicidade e a reatividade de diferentes materiais e produtos, como também o nível de exposição a eles, posicionando-se criticamente e propondo soluções individuais e/ou coletivas para seus usos e descartes responsáveis.
(EM13CNT304) Analisar e debater situações controversas sobre a aplicação de conhecimentos da área de Ciências da Natureza (tais como tecnologias do DNA, tratamentos com células-tronco, neurotecnologias, produção de tecnologias de defesa, estratégias de controle de pragas, entre outros), com base em argumentos consistentes, legais, éticos e responsáveis, distinguindo diferentes pontos de vista.
Quer saber mais? Visite nosso Instagram e consulte nossos posts sobre o efeito do álcool no nosso organismo e sobre porque misturar álcool com energético pode ser perigoso.
Escrito por: Paloma Dune
Revisado por: Mateus Bispo
Referências bibliográficas:
FARIÑA, Luciana Oliveira de; POLETTO, Graziella. INTERAÇÕES ENTRE ANTIBIÓTICOS E NUTRIENTES: UMA REVISÃO COM ENFOQUE NA ATENÇÃO À SAÚDE. Visão Acadêmica, [S.l.], v. 11, n. 1, may 2020. ISSN 1518-8361. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/academica/article/view/21359/14081>. http://dx.doi.org/10.5380/acd.v11i1.21359.
GUIMARAES, Denise Oliveira; MOMESSO, Luciano da Silva; PUPO, Mônica Tallarico. Antibióticos: importância terapêutica e perspectivas para a descoberta e desenvolvimento de novos agentes. Quím. Nova, São Paulo, v. 33, n. 3, p. 667-679, 2010. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422010000300035&lng=en&nrm=iso>. https://doi.org/10.1590/S0100-40422010000300035.
MERGENHAGEN, Kari A.; WATTENGEL, Bethany A.; SKELLY, Megan K.; CLARK, Collin M.; RUSSO, Thomas A. Fact versus Fiction: a Review of the Evidence behind Alcohol and Antibiotic Interactions. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. Feb 2020, 64 (3) e02167-19. DOI: 10.1128/AAC.02167-19
Mitos e verdades sobre o uso de antibióticos. Coop.br. Disponível em: <https://www.unimed.coop.br/web/cascavel/noticias-unimed/mitos-e-verdades-sobre-o-uso-de-antibioticos>.
Resistência antimicrobiana é ameaça global, diz OMS. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2019/resistencia-antimicrobiana-e-ameaca-global-diz-oms>.
Muito interessante o texto. O problema do álcool, como a maioria das drogas é o abuso né? Acho que o grande desafio é que as pessoas não enxergam o álcool como uma droga potencialmente danosa ao organismo, talvez por isso criou-se esse mito de misturar álcool com antibiótico, porque se dizemos que não há prejuízo elas podem entender como um incentivo a beber, e como dito aí no texto, ambas são processadas pelo fígado, então pode sobrecarregá-lo. Enfim, muito informativo o texto! Adorei!