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O corpo humano: vamos descobrir algumas curiosidades?

Atualizado: 10 de out. de 2022

O ser humano é um organismo complexo, inclusive no que diz respeito à forma corporal. Neste texto, você desvendará algumas curiosidades referentes ao corpo humano; algumas vocês já devem ter ouvido falar, mas podem não ter uma conclusão concreta, e outras menos comuns, mas que despertam muita atenção. Vem conferir!

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O corpo humano é formado por um conjunto de estruturas que desempenham várias funções e, por isso, possui muitas características que nos fazem ser únicos em muitos aspectos.


Nosso nome científico (Homo sapiens sapiens), ao ser traduzido do latim, significa “homem inteligente”; realmente nossa inteligência é a característica mais notável que nos possibilita: construir civilizações, combater doenças, estabelecer culturas, produzir meios de comunicação, registrar nossa própria história, contemplar a natureza, e especular sobre nosso futuro.


O corpo humano, em vida, compartilha muitas características com os demais animais: é capaz de respirar, comer e digerir os alimentos, excretar os resíduos, locomover, se reproduzir, e estamos sujeitos a doenças, lesões, dores, envelhecimento, mutações e a morte.


Desse modo, assim como em outros organismos (animais e vegetais), o corpo humano possui muitas curiosidades das quais algumas já foram desvendadas pela ciência e outras que ainda precisam ser mais estudadas para se chegar em uma resposta assertiva.

Vamos conferir algumas curiosidades do corpo humano?



Qual o maior órgão do corpo humano?


O maior osso do corpo humano é a pele! Isso mesmo que você leu, a pele.


A pele possui, como uma de suas funções mais importantes, revestir todo o corpo. Além disso, atua como barreira que protege o corpo humano contra agentes infecciosos presentes no meio ambiente, como bactérias ou vírus, sendo essa uma de suas funções mais importantes.


De acordo com a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, a pele mede quase 2 m², pesa aproximadamente 4 kg e, em um único centímetro de pele, existem:

  • 65 pequenos músculos ligados a outros pelos;

  • 70 receptores do calor;

  • 15 receptores do frio;

  • 100 glândulas sebáceas;

  • Mais de 500 glândulas sudoríparas;

  • Dezenas de milhões de células.

Com tantas estruturas em um único fragmento, a pele torna-se responsável por outras funções essenciais para o corpo humano, como a regulação térmica (frio e calor) e as funções sensoriais (tato, pressão e dor, por exemplo). Confira lendo, abaixo, a próxima curiosidade.



Como o corpo humano identifica se o ambiente está quente ou frio?


Sem dúvidas, você já deve ter se perguntado a respeito da capacidade de regulação frente à temperatura do ambiente que o corpo humano possui; se estamos suando, geralmente é porque está muito quente, mas se nos encolhemos, trememos, querendo nos cobrir e aquecermos, é porque está frio. Mas, como realmente funciona essa sensação?


A resposta está no próprio sistema aberto que o corpo humano possui, que favorece a troca de calor com o ambiente externo. O que acontece é que possuímos inúmeros receptores ao longo do corpo humano, tanto para identificar o frio quanto o calor.


Considerando que temos uma temperatura corporal normal de 37ºC (com poucas variações para mais ou para menos), os receptores para o frio são sensíveis a temperaturas mais baixas que a do nosso corpo, enquanto que os receptores para o calor são estimulados por temperaturas na faixa que se estende desde os 37 °C até, aproximadamente, 45 °C; acima dessa temperatura, os receptores de dor são ativados, gerando uma sensação de calor dolorosa.


Em nossa pele, temos alguns receptores de vibração e textura que também são sensíveis à temperatura, que se comunicam com terminações nervosas presentes em nossa pele, as quais enviam as informações para a medula espinal e, em seguida, ao encéfalo; tudo isso em milésimos de segundo! Viu só que interessante?


Fizemos, para você, um kit de slides gratuito que deixarão as suas aulas ainda mais interessantes. Aproveite!

Qual a função do apêndice para o corpo humano?


Há quem diga que o nosso apêndice não é funcional para o corpo humano. Mas, será mesmo?


Antes de responder a essa pergunta, devemos saber que o apêndice vermiforme é uma pequena projeção sem saída, similar a um dedo, com tamanho aproximado em 8 centímetros, localizado em uma região inicial do intestino grosso denominada “ceco”.


Apesar de o apêndice vermiforme não apresentar nenhuma função digestiva e de absorção, os cientistas supõem que seja um vestígio de um órgão que era funcional em humanos ancestrais.


Abaixo, você pode visualizar uma imagem esquemática do nosso sistema digestório, incluindo o apêndice vermiforme (mais abaixo):


Imagem esquemática do sistema digestório do corpo humano.
Localização do apêndice no corpo humano. Fonte: SPRINGHOUSE, 2004.

E, respondendo o questionamento de vocês: o apêndice vermiforme contém tecido linfático em abundância. Você sabe o que isso quer dizer? Esse tecido também é responsável pela produção e maturação de células do sistema imune, ou seja, atua na defesa contra possíveis infecções.


Agora, vocês podem se perguntar: “Oxente!! Mas, por que temos apendicite (inflamação do apêndice)?”


Bom, a apendicite é uma disfunção comum do intestino grosso, na qual resíduos se acumulam no apêndice vermiforme e estes não têm a capacidade de serem removidos facilmente por meio do peristaltismo (movimento que favorece o deslocamento do bolo alimentar ao longo do sistema digestivo), porque o apêndice tem apenas uma abertura.


Fique ligado: embora os sintomas da apendicite sejam bastante variáveis, eles incluem frequentemente uma elevação do número de glóbulos brancos (células de defesa), dor localizada no quadrante inferior direito do abdômen e perda de apetite. Vômitos podem ou não ocorrer.


A ruptura do apêndice vermiforme (um “estouro do apêndice”) espalha material infectado na cavidade peritoneal causando peritonite (inflamação do peritônio, membrana que reveste a parede abdominal e recobre os órgãos abdominais).



Como funciona a regeneração do fígado?


Talvez você já tenha ouvido falar sobre alguém que precisou fazer transplante de fígado e uma pessoa precisou doar uma porção de seu fígado, ou de alguém que, por algum motivo, precisou retirar parcialmente o fígado devido a uma agressão química, viral ou perda traumática.


Para os cientistas, a regeneração do fígado é essencial no mecanismo de proteção orgânica contra a perda de tecido hepático funcionante. Na ausência desse processo regenerativo, a morbidade (maior capacidade de adquirir uma doença) e a mortalidade estão frequentemente aumentadas.


Em eventos onde há grande perda do órgão, ocorrem sucessivas meioses (um tipo de divisão celular), promovendo um intenso crescimento de tecido de modo que ocorra a regeneração.


Muitos estudos referentes à regeneração hepática são realizados em ratos, porque esses animais apresentam um processo semelhante ao que acontece para o nosso corpo humano. Além disso, é muito eficiente e tem um tempo de regeneração curto (de 7 a 10 dias). Em humanos, o tempo de regeneração desse órgão é de, aproximadamente, 3 meses.



Qual o maior osso do corpo humano?


O maior osso do corpo humano é o fêmur!


Esse osso está localizado logo abaixo do quadril, em uma região do nosso corpo conhecida como coxas, parte das nossas pernas. Além de ser o maior osso, também é um dos ossos mais resistentes do corpo humano.


Além disso, no interior do fêmur (e da maior parte de ossos grandes e compridos, como o osso pélvico, no quadril) há a presença de tecido hematopoiético, um tipo de tecido conjuntivo que compõe a medula óssea vermelha, capaz de produzir células sanguíneas e de defesa.


Veja, abaixo, uma imagem esquemática da posição anatômica do fêmur (em vermelho) no corpo humano.

Esqueleto do corpo humano e o fêmur indicado em vermelho. Fonte: Anatomia em Foco.
Esqueleto do corpo humano e o fêmur indicado em vermelho. Fonte: Anatomia em Foco.


Por que algumas pessoas nascem com a Síndrome do Olho de Gato?


Essa curiosidade é bem interessante e até um tanto intrigante, tendo em vista que o olho humano é diferente do olho do gato no que diz respeito à pupila; enquanto a pupila do gato possui um formato de traço vertical, nos humanos possuem um formato circular. Na imagem abaixo, vocês podem observar os olhos de uma pessoa portadora dessa síndrome:


Fonte: BOYD, 2018.

O nome real do diagnóstico é Síndrome de Schmid-Fraccaro. Mas, o indivíduo já nasce assim? Como isso ocorre?


Infelizmente, sim; o indivíduo já nasce com essa malformação. Essa síndrome é caracterizada por modificações do cromossomo 22. O portador possui uma série de características próprias da síndrome; mas, o que mais chama atenção é a morfologia da pupila que se assemelha à de um gato. Essa malformação ocular se chama coloboma, entretanto, a capacidade de visão é quase sempre mantida.


Geralmente, os portadores dessa síndrome também têm outras disfunções no corpo humano além da malformação ocular, como:

  • Presença de distúrbios neurológicos com atrasos mentais e psicológicos;


  • Atresia anal (ânus imperfurado);


  • Doenças cardíacas congênitas.


Entretanto, as características clínicas e fenotípicas (observáveis) da síndrome são variáveis; logo, a expectativa de vida do portador da Síndrome de Schmid-Fraccaro depende do número e da variedade de malformações. Há relatos de pessoas que conseguem levar uma vida normal, quando não há muitas malformações.


Entender os conceitos dentro da biologia são muito importantes para os alunos. Confira nosso glossário COMPLETO da biologia com centenas de termos.

O esmalte dentário é a estrutura mais forte do corpo humano?


Muitas pessoas imaginam que os ossos são as únicas estruturas fortes do corpo humano, por serem maciços, no geral. De fato, é uma estrutura muito forte, mas nada se compara aos esmaltes dentários, estrutura que recobre a coroa dentária (parte superior dos dentes, que confere o formato de acordo com a função que deve exercer) promovendo a proteção e o revestimento.


Para você ter uma noção, em nossa boca está presente uma porção epitelial chamada de “órgão do esmalte”, responsável pela formação do esmalte dentário.


Mas, do que é formado o esmalte dentário?


O esmalte é o tecido mais mineralizado do corpo humano, apesar de ser extremamente sensível às variações do ambiente em sua formação. Porém, uma vez formado, não sofre remodelação como outros tecidos duros. Em outras palavras: há tantos minerais compactados nesse tecido, que ele dificilmente é destruído.


Entretanto, tome muito cuidado!!!


Alguns alimentos podem ser agressivos tanto para o corpo humano, comprometendo nossa saúde. Um exemplo bem claro é o consumo de bebidas ácidas e gaseificadas (refrigerantes, por exemplo), frutas cítricas (limão, laranja, etc.), vinhos tintos e brancos, constituindo os fatores extrínsecos que desgastam o esmalte dentário.


Dentre os fatores intrínsecos, deve-se destacar as doenças gastroesofágicas e gastrointestinais crônicas, anorexia e bulimia, problemas de saúde que podem ter como característica grande frequência de vômitos (contém suco gástrico, que é ácido, e assim pode prejudicar o esmalte).



Como trabalhar o corpo humano na sala de aula?


O corpo humano pode ser trabalhado de inúmeras formas com os estudantes dentro da sala de aula e/ou em Laboratórios de ciências da Natureza (caso possua na escola em que você trabalha), desde aulas expositivas à demonstrações práticas com esquemas de esqueletos montados e com os discentes.


Este texto, que você acabou de ler, pode ser utilizado como material de apoio para promover o entendimento e gerar reflexões sobre o corpo humano nas escolas, e suas curiosidades relacionadas à anatomia, fisiologia e nossa relação com o meio ambiente, por exemplo.


Uma curiosidade bem interessante sobre o corpo humano, que está relacionada com o nosso dia a dia, é o por quê levamos choque quando batemos em uma região específica do nosso cotovelo. A resposta está relacionada com o nervo ulnar, um conjunto de fibras sensíveis que percorre o braço e passa por trás da articulação do cotovelo.



Somado a isso, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) apresenta algumas habilidades relacionadas a essa temática, de modo que possa ajudar você, professor, a melhorar ainda mais a sua aula. Elas se referem ao ensino fundamental, mas nada implica de expandir para os estudantes do ensino médio.

  • (EF01CI02) Localizar, nomear e representar graficamente (por meio de desenhos) partes do corpo humano e explicar suas funções;

  • (EF01CI03) Discutir as razões pelas quais os hábitos de higiene do corpo (lavar as mãos antes de comer, escovar os dentes, limpar os olhos, o nariz e as orelhas etc.) são necessários para a manutenção da saúde;

  • (EF01CI04) Comparar características físicas entre os colegas, reconhecendo a diversidade e a importância da valorização, do acolhimento e do respeito às diferenças.

Uma plataforma muito bacana para apresentarmos o corpo humano para os discentes chama-se Mozaik Education, onde possui muitos esquemas digitais e em 3D sobre essa temática, além de muitas outras que se encaixam na biologia e outras disciplinas de Ciências da Natureza. Para acessar essa plataforma, clique aqui: Mozaik Education.


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Quer saber mais curiosidades sobre o corpo humano? Confira em nosso Instagram:




Escrito por: Manoel Celestino de Pontes Filho (@manoelpontes_).

Revisado por: Juliana Cuoco Badari (@jujubadari).


Como citar este texto:


PONTES FILHO, M. C.; BADARI, J. C. O corpo humano: vamos descobrir algumas curiosidades?. Potencial Biótico. Disponível em: <https://www.potencialbiotico.com/post/ocorpohumano>. Acesso:


Referências bibliográficas:


A pele. Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia. Disponível em: <https://www.spdv.pt/_a_pele>. Acesso: 18/04/2022.


BOYD, S. A. B. Anormalidades congênitas do olho. Manual MSD, Kenilworth, fevereiro de 2018. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/anormalidades-craniofaciais-e-musculoesquel%C3%A9ticas-cong%C3%AAnitas/anormalidades-cong%C3%AAnitas-do-olho>. Acesso: 25/03/2021.


CORREA-OLAY, E.I.; MATTOS-VELA, M.A. Microdureza superficial del esmalte dentario ante el efecto erosivo de tres bebidas gasificadas no alcohólicas. Estudio in vitro. Revista KIRU, v. 8, n. 2, 2015.


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KATCHBURIAN, E.; ARANA, V. Histologia e embriologia oral: texto, atlas, correlações clínicas. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732239/>. Acesso: 26 de março de 2021.


MAGALHÃES, C.R. et al. Avaliação da regeneração hepática com dieta suplementada com l-glutamina: estudo experimental em ratos. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 41, n. 2, p. 117-121, 2014.


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Manoel Pontes

Redator

Graduado em Ciências Biológicas (licenciatura) pela UFPB. Mestrando em Ecologia e Monitoramento Ambiental (PPGEMA/UFPB). Atua em atividades de ensino e extensão.


Aqui você encontra mais textos meus:


 

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