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Qual a importância de adotar animais de estimação?

Atualizado: 10 de out. de 2022

Os animais domésticos fazem parte do dia-a-dia dos seres humanos desde os primórdios e proporcionam conforto, amizade, além de auxiliar no tratamento de doenças como a ansiedade e depressão. Por este motivo, muitas pessoas decidem adotar animais para se ajudarem, ajudar animais que vivem em vulnerabilidade e/ou auxiliar ONG’s. Vamos conferir, neste artigo, a importância de adotar animais!

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A relação dos animais com o homem tem início na pré-história, quando os animais eram utilizados para proteger o território, auxiliando em caças e coletas, transporte de cargas e humanos. Além disso, o ser humano necessita da própria companhia dos animais; com isso, o adestramento de cães, por exemplo, resultou em uma parceria emblemática que se estende até os dias de hoje.


O Instituto Pet Brasil divulga dados atualizados sobre a população de animais de estimação em todo o território nacional, e de acordo com dados levantados pelo IBGE atualizados pela inteligência comercial do Instituto Pet Brasil, em 2013 foram contabilizados 132,4 milhões de animais de estimação, enquanto que, em 2018, 139,3 milhões, sendo:

  • 54,2 milhões de cães;

  • 39,8 milhões de aves;

  • 23,9 milhões de gatos;

  • 19,1 milhões de peixes

  • 2,3 milhões de répteis e pequenos mamíferos.

Esses números confirmam que, cada vez mais, pessoas e famílias buscam um animal de estimação para companhia, compartilhando afeto e atenção. Em 2018, a maior concentração de animais de estimação esteve na região Sudeste, com 47,4%, seguido pelo Nordeste com 21,4%; Sul 17,6%; Centro-Oeste com 7,2% e Norte com 6,3%.


Vejamos, ao longo desse texto, situações conflitantes acerca dos animais de estimação, e a importância de adotar animais para um bem social como um todo.


Maus-tratos e abandono de animais


Sem dúvidas, vocês já ouviram e/ou assistiram noticiários que abordam maus-tratos e abandono de animais, principalmente se referindo aos animais domésticos, os famosos pets. Para deixar a situação ainda mais intrigante, muitos dos que realizam esses crimes hediondos são os próprios tutores (responsáveis pelos animais).


Nesse contexto, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 atribui grande importância aos crimes contra a fauna, os quais incluem maus-tratos e abandono de animais domésticos.


A Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 (Crimes Ambientais) tipifica os crimes contra a fauna, e o crime de maus-tratos aparece em seu artigo 32. Considera-se maus-tratos a violência, o ultraje (ofensas) ou o insulto que provoca sofrimento para o animal, ainda que não ocorram lesões físicas no mesmo.


A Lei Federal nº 14.064 de 29 de setembro de 2020 altera a pena para os crimes de maus-tratos aos animais, que era de até um ano, e agora passa para até cinco anos aos que cometerem este crime.


Em relação ao abandono de animais, este ato é muito frequente no Brasil assim como em toda a América Latina, e acarreta uma série de consequências decorrentes da sua presença em locais públicos, sem supervisão, restrição e cuidados veterinários.


Infelizmente, muitos tutores por não ter condições de cuidar dos animais e/ou dos filhotes, se sentem no direito de abandoná-los, deixando-os em situações vulneráveis em locais públicos como ruas, praças, campi universitários e fragmentos de mata / reservas biológicas, ao invés de submeter os animais para a adoção.


Por conta disso, o abandono de animais é considerado uma ameaça potencial à saúde pública, devido às zoonoses como a raiva e/ou doenças parasitológicas, que podem ser transmitidas por por cães e gatos (podendo promover epidemias), além de afetar socialmente (quanto ao desconforto em relação ao comportamento animal), ecologicamente (no que tange aos impactos ambientais) e economicamente (custos com estratégias de controle populacional).


Segundo a World Veterinary Association (WVA), há uma média de 200 milhões de cães abandonados no mundo. No Brasil, 30 milhões de animais vivem em situação de abandono. Devido à irresponsabilidade de alguns tutores de cães e gatos, assim como a procriação descontrolada, o crescimento populacional destes animais é alto e passou a constituir problemas sociais e causar implicações para a saúde pública, dentre estas, a transmissão de zoonoses e a superlotação dos Centro de Controles de Zoonozes.


Caso você assista ou encontre indícios de maus-tratos, abandono e quaisquer ofensas aos animais, sejam de estimação / domésticos ou silvestres / exóticos, entre em contato com a polícia ambiental da sua região e realize a denúncia. O boletim de ocorrência pode ser feito anonimamente.


Adotar animais silvestres / exóticos e o tráfico de animais


Animais silvestres e exóticos, seja da fauna brasileira ou de outras regiões do mundo, chamam muita atenção. Observe o quão lindo é este camaleão trocando de cores:




Dessa maneira, é inevitável o desejo de adotar animais silvestres, não é mesmo?


Entretanto, animais como aves, répteis, peixes, mamíferos, entre outros, são dependentes da natureza; em outras palavras, a fauna silvestre tem importância fundamental na manutenção e preservação da biodiversidade, atuando sobre a vegetação e a cadeia alimentar, retirando dela energia para garantir sua sobrevivência.


Mesmo que o indivíduo queira adotar animais silvestres / exóticos, precisa de uma autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), além de dispor de condições plenas para proporcionar um ambiente agradável e adequado para o animal, evitando ainda mais problemas para os mesmos, além dos já causados pela ausência do ecossistema o qual foram retirados.


Além disso, há outra grande problemática: o tráfico de animais. O comércio ilegal de animais silvestres é a terceira maior atividade ilícita do planeta, superado apenas pelo tráfico de armas e de drogas, e cada vez mais essa prática se torna comum, apesar de haver leis que proíbam; basta irmos a uma feita livre e ver muitas aves engaioladas para a venda.


Vale salientar que a responsabilidade do tráfico de animais não é unicamente do traficante, mas também de quem compra os animais, promovendo a rotatividade desta atividade ilícita.


Assim, o tráfico pode ocorrer tanto a nível nacional, por meio de compras e trocas, quanto internacionalmente, como é o caso da introdução de animais exóticos no país (oriundos de outros países), provocando desequilíbrios ecológicos. Esta atividade também é considerada crime, previsto pela Lei de Crimes Ambientais.


Leia mais sobre este assunto:



Qual a importância de doar e adotar animais?


Ao adotar animais, a família deve receber informações sobre os comportamentos considerados normais para a espécie, métodos humanitários de adestramento e estratégias para que o animal apresente, ao longo do tempo, comportamentos adequados ao convívio familiar.


É importante que os proprietários saibam que precisam oferecer não só cuidados básicos como uma alimentação adequada, abrigo e atendimento veterinário, mas também as condições para que eles possam interagir socialmente e manifestar os comportamentos próprios da espécie; adotar animais não se resume ao fato de apenas os acolher.


Dessa forma, após adotar animais e manter uma boa relação com eles, torna-se notável a importância de realizar esse grande gesto, além de trazer muitos benefícios tanto para nós seres humanos quanto para os próprios animais, tais como:


  • Companheirismo: indivíduos que conviveram com animais desde a infância consideram os animais de estimação como parte da família, e acabam repassando esse comportamento para os filhos e incentivando outras pessoas a atuarem da mesma maneira;


  • Ferramenta Terapêutica para o Psicólogo: ao utilizar animais como recurso terapêutico, um dos principais benefícios é o estabelecimento do vínculo deles com o paciente, principalmente para aqueles que, por algum motivo, possuem dificuldades de comunicação e expressão como crianças autistas, esquizofrênicos, pessoas com fobias e idosos;


  • Benefícios fisiológicos: quando interagimos com os animais, falando com eles, acariciando-os ou manuseando-os, há diminuição da frequência cardíaca e pressão arterial (valores menores que os observados em pessoas na situação de repouso);


  • Ambiente hospitalar: Estudos mostram, também, que a presença de animais e a interação destes com pacientes e todos que fazem parte do ambiente hospitalar, diminui o tempo de internação, interferindo, inclusive, no humor das equipes de enfermagem e médica.

Agora, já que vocês sabem a importância da adoção de animais, vamos conferir como adotar animais.


Como adotar animais?


Ao adotar animais, você ajuda a reduzir o drama e o sofrimento dos animais em situações de vulnerabilidade, apoia ONGs na árdua tarefa de resgatar, cuidar e dar encaminhamento aos animais que mais necessitam, não contribui com o comércio de animais e as “fábricas de filhotes” (esgotamento das fêmeas da espécie utilizadas para procriação), além de dar e receber muito amor pelos animais.


No geral, muitos Centros de Controle de Zoonoses, distribuídos por todo o Brasil, fazem doações de cães e gatos, por serem domésticos. Mas, ao entrar em contato com os Centros de Controle de Zoonoses, você pode colher informações acerca dos pontos mais próximos de doações e de ONGs protetoras que promovem atividades como essa, para que você possa adotar animais.


Acesse alguns sites que facilitam seu sonho de adotar animais:



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Escrito por: Manoel Celestino de Pontes Filho (@manoelpontes_)

Revisado por: Juliana Cuoco Badari (@jujubadari)


Como citar este texto:


PONTES FILHO, M. C.; BADARI, J. C. Qual a importância de adotar animais de estimação?. Potencial Biótico. Disponível em: <https://www.potencialbiotico.com/post/adotaranimais>. Acesso em: xx/xx/xxxx.


Referências bibliográficas:


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Instituto Pet Brasil. Censo Pet: 139,3 milhões de animais de estimação no Brasil. Acesso: 09/05/2021. Disponível em: http://institutopetbrasil.com/imprensa/censo-pet-1393-milhoes-de-animais-de-estimacao-no-brasil/.


MARLET, E. F.; MAIORKA, P. C. Análise retrospectiva de casos de maus-tratos contra cães e gatos na cidade de São Paulo. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 47, n. 5, p. 385-394, 2010.


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Manoel Pontes

Redator

Graduado em Ciências Biológicas (licenciatura) pela UFPB. Mestrando em Ecologia e Monitoramento Ambiental (PPGEMA/UFPB). Atua em atividades de ensino e extensão.


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