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Nomes de Plantas Medicinais: como usá-las no cotidiano?

Atualizado: 24 de abr. de 2022

Quem nunca tomou um chá de boldo para curar uma ressaca? Ou mascou um pedacinho de gengibre para aliviar um enjoo? Sabendo ou não, ao fazer isso utilizamos um conhecimento que nossos ancestrais preservam há milhares de anos. Confira alguns nomes de plantas medicinais e como usá-las em nosso dia a dia!

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As Plantas Medicinais e o Ser Humano


O hábito de recorrer às virtudes curativas das plantas perde-se no tempo. Por observação e experimentação, nossos ancestrais descobriram as propriedades terapêuticas das plantas e preservaram esse conhecimento, de geração em geração, por muito tempo antes que esse saber fosse sistematizado cientificamente.


Esse saber é tão antigo que há evidências de que os Neandertais - espécie ancestral que coexistiu com nossa espécie - já utilizavam as plantas medicinais. Em um fóssil da mandíbula superior de um Neandertal encontrado nas cavernas de El Sidrón, cientistas detectaram vestígios de choupo (Populus trichocarpa), uma árvore do hemisfério norte que contém ácido salicílico – o princípio ativo da aspirina.


O fóssil encontrado possuía mais de 45 mil anos, o que deixa tudo mais interessante. Mesmo depois de todo esse tempo, foi possível identificar um buraco visível no dente.


Essa descoberta nos leva a crer que os Neandertais já possuíam um bom conhecimento de plantas medicinais e as utilizavam para se medicar, tendo assim utilizado o choupo por suas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias.


A seguir, vamos conhecer algumas plantas medicinais extremamente úteis e fáceis de utilizar.



Lista com 5 Nomes de plantas medicinais presentes em nosso dia a dia:



1- Açafrão-da-terra (Curcuma longa)


Fonte: Wikimedia Commons


O açafrão-da-terra (ou cúrcuma) é uma planta nativa do subcontinente indiano, onde é muito estimado por seu valor medicinal. Seu rizoma - caule que cresce horizontalmente, geralmente subterrâneo - é rico em flavonóides, substância de propriedade anti-inflamatória e antioxidante, responsáveis também pela coloração alaranjada.


O açafrão-da-terra possui propriedades digestivas, além de auxiliar na redução do colesterol do tipo LDL, o chamado “colesterol ruim”.


Pesquisas indicam que a curcumina, um de seus princípios ativos em maior concentração, possui um efeito notável no tratamento complementar de diversos tipos de câncer, pois auxilia a controlar a proliferação de células cancerosas e o tamanho do tumor.


Podemos utilizar o açafrão-da-terra em sucos, em tempero para as comidas ou ainda fazer um chá de seu rizoma.



Alfazema (Lavandula spp.)


Fonte: Wikimedia Commons


Também conhecida como lavanda, é uma planta nativa do Mediterrâneo, muito reconhecida pela beleza de suas flores e do seu aroma intenso.


Suas flores possuem propriedades calmantes, pois óleos essenciais contidos nas flores agem diretamente sobre o sistema nervoso central através do sistema de serotonina do cérebro, gerando um efeito ansiolítico, ou seja, que diminui a ansiedade.


O chá das flores de alfazema é recomendado principalmente no tratamento da insônia, por conta de suas propriedades sedativas, mas também como aliada no tratamento complementar em casos de ansiedade e depressão.



Artemísia (Artemisia vulgaris)


Fonte: Wikimedia Commons


A artemísia é uma planta medicinal muito estimada na Medicina Tradicional Chinesa assim como fora na Grécia Antiga, tanto que seu nome deriva de Artemis, deusa grega associada à caça e à Lua, protetora das grávidas e das mulheres enfermas.


É uma planta intimamente relacionada ao feminino, sendo o chá de suas folhas, flores e raízes indicado na regulação da menstruação e na diminuição das cólicas e hemorragias menstruais.


Entretanto, a artemísia não deve ser utilizada por gestantes, por conta de seu potencial abortivo.



Boldo (Plectranthus barbatus)


Fonte: Wikimedia Commons


Originária do continente africano, o boldo é uma planta que possui propriedades digestivas e desintoxicantes do fígado.


Um uso popular da planta muito conhecido no Brasil é a preparação das folhas esmagadas e misturadas com água gelada para aliviar a dor de cabeça causada pelo excesso de álcool.


Suas folhas são utilizadas para tratar distúrbios do estômago e fígado, como azia, má digestão e dores abdominais. Isso se deve às lactonas presentes na planta que estimulam as funções digestivas através do aumento de secreção de suco biliar, um fluido fundamental para o processo de digestão. As lactonas também são as responsáveis pelo sabor amargo da folha.



Gengibre (Zingiber officinale)


Fonte: Wikimedia Commons


O gengibre é uma planta originária do sudoeste asiático, de onde se espalhou para muitos lugares devido às diversas propriedades medicinais e usos culinários que ele possibilita. Seu rizoma auxilia na digestão e é antiemético, ou seja, previne náuseas e vômitos.


O consumo de gengibre em sucos, como chá ou tempero também estimula o crescimento de lactobacilos - bactérias benéficas para nosso corpo -, contribuindo com a saúde da biota intestinal.


Além disso, seu potente efeito antibacteriano auxilia a regular bactérias potencialmente perigosas no intestino como E. coli, Staphylus e Salmonella.


Na sala de aula


Esse tipo de conteúdo quando ministrado, os alunos se interessam muito, pois são plantas muito fáceis de se acharem em casa e o aluno vai compartilhar esse conhecimento adquirido na escola com os parentes, disseminando ainda mais esse conhecimento.


Esse tipo de conteúdo consegue mostrar para o aluno, que a natureza tem muito a nos oferecer e por isso necessitamos preservá-la.


Baseado na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) abaixo estão as habilidades que podem ser trabalhadas nesse tema, para ajudar na preparação da aula.


Ensino fundamental:


(EF04CI07) Verificar a participação de microrganismos na produção de alimentos, combustíveis, medicamentos, entre outros.


(EF04CI08) Propor, a partir do conhecimento das formas de transmissão de alguns microrganismos (vírus, bactérias e protozoários), atitudes e medidas adequadas para prevenção de doenças a eles associadas.


(EF07CI11) Analisar historicamente o uso da tecnologia, incluindo a digital, nas diferentes dimensões da vida humana, considerando indicadores ambientais e de qualidade de vida.


Ensino médio:


(EM13CNT104) Avaliar os benefícios e os riscos à saúde e ao ambiente, considerando a composição, a toxicidade e a reatividade de diferentes materiais e produtos, como também o nível de exposição a eles, posicionando-se criticamente e propondo soluções individuais e/ou coletivas para seus usos e descartes responsáveis.


(EM13CNT306) Avaliar os riscos envolvidos em atividades cotidianas, aplicando conhecimentos das Ciências da Natureza, para justificar o uso de equipamentos e recursos, bem como comportamentos de segurança, visando à integridade física, individual e coletiva, e socioambiental, podendo fazer uso de dispos.



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Escrito por: Lucca Ortega

Revisado por: Érika Pinheiro


Referências:


Hardy, K. Paleomedicine and the Evolutionary Context of Medicinal Plant Use. Rev. Bras. Farmacogn. 31, 1-15. 2021. https://doi.org/10.1007/s43450-020-00104-4


DE FELIPPE JUNIOR, José. Curcumina e Câncer: antiproliferativo, antiapoptótico, antiangiogênico e antimetastático. 2007.


CHIOCA, Lea Rosa. Avaliação do mecanismo de ação do efeito tipo ansiolítico da inalação do óleo essencial de lavanda em camundongos. 2013.


FRAGOSO, Thaís Palmeira et al. Análise do uso medicinal do gênero Artemisia no Brasil com base em fatores tradicionais, científicos, políticos e patentários para subsidiar o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 2014.


ALVES, Elaine Moreira; CRUZ, M. P.; MESSEDER, Jorge Cardoso. Os saberes populares na utilização do boldo (Plectranthus barbatus Andrews-Lamiaceae) como fitoterápico nos distúrbios gástricos e hepáticos. Ciência em tela, v. 2, n. 1, 2009.


MALU, S. P. et al. Antibacterial activity and medicinal properties of ginger (Zingiber officinale). Global Journal of pure and applied Sciences, v. 15, n. 3-4, 2009.


LORENZI, Harri; MATOS, Francisco J. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2002.



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