Um recurso, de maneira geral, é algo que dá condições para quem o possui de obter alguma coisa. A natureza, que provê as condições para que nossa sociedade se desenvolva, nos proporciona grandes quantidades deles, sendo alguns considerados renováveis e outros não renováveis. Mas quais são as diferenças entre recursos renováveis e não renováveis?
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O que faz um recurso ser considerado renovável?
A explicação clássica é que os recursos renováveis são aqueles que se regeneram, voltando a estar disponível após seu uso, enquanto os recursos não renováveis são o contrário: após utilizados eles se esgotam. Isso portanto é uma simplificação para nossa realidade como humanos, não sendo totalmente verdadeiro.
Uma questão de tempo
O petróleo e o carvão, por exemplo, são os casos mais emblemáticos quando se fala em recursos não renováveis, mas em tese são renováveis.
Ambos são formados pelo soterramento de matéria orgânica, que ao longo do tempo sofre transformações pela ação de altas temperaturas e pressão, resultando nos combustíveis que conhecemos. Esse é um processo que ainda está em curso no planeta, com petróleo e carvão sendo constantemente produzidos.
O problema é que esse processo ocorre ao longo de milhões de anos, em um ritmo extremamente mais lento do que o consumo desses recursos. Como o uso de petróleo e carvão é muito mais rápido do que a capacidade deles se regenerarem, na prática, são considerados recursos não renováveis.
Já a energia solar, por exemplo, é considerada renovável, porém o sol tem uma quantidade pré-determinada de combustível para continuar gerando energia.
Quando esse combustível acabar, o sol deixará de produzir energia, o que faria dele uma fonte não renovável. Porém isso demorará bilhões de anos para acontecer, o que faz com que na prática, essa energia seja inesgotável.
O que são recursos renováveis?
Recursos renováveis, em uma definição mais precisa, são aqueles que têm a capacidade de se regenerar em um ritmo que os façam ser inesgotáveis ao uso humano. Além de inesgotáveis, esses recursos têm um impacto ambiental bem menor do que os não renováveis.
Isso é esperado, já que pelo fato de eles estarem em disponibilidade constante, significa que ao fazer uso deles, não estamos desequilibrando o planeta, uma vez que a quantidade desses recursos não será afetada.
Vamos pensar novamente no carvão e no petróleo para ver como eles são diferentes dos renováveis. Ambos são resultado de milhões de anos de aprisionamento de matéria orgânica, que é rica em carbono.
Se todo esse carbono, que demorou muito tempo para ser convertido em petróleo e carvão, é liberado abruptamente na atmosfera na forma de gás carbônico (CO2)- principal produto da queima desses recursos), é esperado que haja um desequilíbrio na atmosfera do planeta. E é isso que vêm acontecendo.
O aumento na porcentagem de CO2 eleva a temperatura média do nosso planeta, causando desequilíbrio climático. Isso acontece porque ele é um dos principais gases responsáveis pelo agravamento do efeito estufa – fenômeno que, resumidamente falando, é responsável por aquecer a Terra.
Além de causarem impactos ao meio ambiente, os combustíveis fósseis impactam negativamente na saúde coletiva. Quando estes recursos são queimados para gerar energia, há a liberação de partículas para a atmosfera.
Estas partículas ao serem inaladas acabam causando problemas cardiovasculares, cerebrovasculares e respiratórios, e agravando doenças respiratórias, como a asma. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 7 milhões de mortes ocorram pelo mundo causadas, diretamente ou indiretamente, pela poluição gerada pelos combustíveis fósseis.
Se informe mais sobre lendo a seguinte reportagem: Quase toda a população mundial respira ar poluído, segundo a OMS
Quais são então os recursos renováveis para geração de energia?
Biomassa:
Essa forma de energia é obtida com a queima de sobras de produtos orgânicos, como madeira ou bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo. Com o aumento da produção de cana no Brasil, essa é uma forma de geração de energia que tem aumentado também.
Energia eólica:
É uma energia utilizada há muitos séculos. Ela aproveita o vento, convertendo-o em energia elétrica. É como funcionam os moinhos, que captam a força do vento pelas suas hélices. Atualmente, temos tecnologia para converter essa força em energia elétrica, sendo uma alternativa em lugares onde venta muito, como o Ceará, por exemplo.
Energia geotérmica:
A Terra surgiu de um conjunto de rochas incandescentes que geram muito calor. Esse calor se dissipou o bastante para que o planeta se resfriasse e pudesse abrigar vida em sua superfície. Porém o interior da Terra ainda conserva muito desse calor, que gera grandes quantidades de energia, que eventualmente vaza na superfície – os vulcões e gêiseres são exemplos famosos disso. A energia que o interior da Terra conserva pode ser aproveitada pelos humanos através de centrais geotérmicas e bombas de calor, por exemplo, que a convertem em energia elétrica.
Energia hidráulica:
Mais uma forma de energia utilizada há séculos. Ela nada mais é do que o aproveitamento da força do fluxo dos leitos dos rios. As hidrelétricas são o exemplo mais famoso, podendo produzir imensas quantidades de energia.
Energia maremotriz:
Funciona de forma parecida com a hidráulica: aproveitando-se da força das águas para gerar energia elétrica. A diferença dela é que ao invés da força gerada pelos fluxos dos rios, a energia vem do movimento das marés.
Energia Solar:
A energia que vem do sol sustenta praticamente toda a Terra. É a partir dela que as plantas crescem e fenômenos, como os ventos, são gerados. Também podemos aproveitá-la de forma direta, através de placas solares que convertem o calor da nossa estrela em energia elétrica.
Recursos renováveis não são sinônimos de energia limpa
Apesar de normalmente gerarem menos danos ao planeta, toda forma de produção de energia tem seus prós e contras, sendo necessária uma avaliação de profissionais qualificados para decidir qual é a melhor escolha para cada caso.
E quais são os recursos não renováveis?
Combustíveis Fósseis
São recursos formados pela decomposição de matéria orgânica, ou seja, plantas e animais. Após serem soterrados por milhões de anos, esses restos de seres vivos, sob grandes pressões e temperaturas se transformam nesse tipo de combustível, rico em carbono. Quando a matéria de origem é unicamente vegetal, temos a formação de carvão mineral, quando possui também origem animal forma-se o petróleo e o gás natural.
Energia Nuclear
Alguns elementos químicos, presentes naturalmente na Terra, como o urânio e plutônio, após serem submetidos a um processo conhecido como fissão do núcleo, que “quebra” o átomo, liberam grandes quantidades de energia. Apesar de casos famosos de acidentes nucleares como o de Chernobyl essa forma de gerar energia é segura se obedecidos rígidos padrões de segurança. Para obter esses elementos, entretanto, é necessária a aplicação de mineração, que pode ser danosa ao meio ambiente.
Para você professor
Para auxiliar você professor a planejar sua aula, damos exemplos de habilidades que podem ser desenvolvidas com seus alunos baseadas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a partir do uso deste texto como material de apoio.
Com os objetivos de promover o conhecimento acerca de fenômenos naturais e impactos ambientais, consumo consciente, saúde individual e coletiva, fontes e tipos de energia e transformação de energia, nós indicamos algumas das seguintes habilidades:
Ensino fundamental:
(EF07CI04) Avaliar o papel do equilíbrio termodinâmico para a manutenção da vida na Terra, para o funcionamento de máquinas térmicas e em outras situações cotidianas.
(EF07CI05) Discutir o uso de diferentes tipos de combustível e máquinas térmicas ao longo do tempo, para avaliar avanços, questões econômicas e problemas socioambientais causados pela produção e uso desses materiais e máquinas.
(EF07CI06) Discutir e avaliar mudanças econômicas, culturais e sociais, tanto na vida cotidiana quanto no mundo do trabalho, decorrentes do desenvolvimento de novos materiais e tecnologias (como automação e informatização).
(EF08CI01) Identificar e classificar diferentes fontes (renováveis e não renováveis) e tipos de energia utilizados em residências, comunidades ou cidades.
Ensino médio:
(EM13CNT101) Analisar e representar, com ou sem o uso de dispositivos e de aplicativos digitais específicos, as transformações e conservações em sistemas que envolvam quantidade de matéria, de energia e de movimento para realizar previsões sobre seus comportamentos em situações cotidianas e em processos produtivos que priorizem o desenvolvimento sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e a preservação da vida em todas as suas formas.
(EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as radiações e suas origens para avaliar as potencialidades e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na agricultura e na geração de energia elétrica.
(EM13CNT106) Avaliar, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais, tecnologias e possíveis soluções para as demandas que envolvem a geração, o transporte, a distribuição e o consumo de energia elétrica, considerando a disponibilidade de recursos, a eficiência energética, a relação custo/benefício, as características geográficas e ambientais, a produção de resíduos e os impactos socioambientais e culturais.
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Se interessa por assuntos de meio ambiente? Leia mais sobre esse assunto em nosso blog:
Escrito por: Henrique Castro
Revisado por: Nicolas Nathan dos Santos
Referências:
DULLET, Richard Domingues. Noção de natureza, ambiente, meio ambiente, recursos ambientais e recursos naturais. AGRICULTURA SÃO PAULO, v.51, n.2, p.15-26. (2004)
GOLDEMBER, José; LUCON, Osawaldo. Energias renováveis: um futuro sustentável. Revistas USP. (2007)
NASCIMENTO, Raphael Santos do; ALVES, Geziele Mucio. Fontes alternativas e renováveis de energia no Brasil: métodos e benefícios ambientais. EDUCAÇÃO E CIÊNCIA PARA A CIDADANIA GLOBAL (2016).
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