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Os sifonóforos são os maiores animais do planeta?

Atualizado: 10 de out. de 2022

Os sifonóforos podem parecer animais bem esquisitos, mas chamam muito a atenção dos cientistas, pois cada vez mais esses organismos nos surpreendem. Mas, você sabe o porquê? Continue lendo este artigo e descubra como são esses animais.

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O que são os sifonóforos?

Os sifonóforos são animais pertencentes ao Filo Cnidaria (assim como os corais, medusas e anêmonas, por exemplo), inseridos na Classe Hydrozoa (como as caravelas) e representam a organização colonial mais complexa do reino animal.


Esses organismos possuem uma organização polimórfica, ou seja, formas variadas, em que cada indivíduo ou grupos de indivíduos que formam as colônias (os pólipos, denominados “zoóides”) desempenham uma função diferente para se manterem vivos e perpetuar os organismos, tais como: alimentação (gastrozoóide), defesa (dactilozoóides) e reprodutiva (gonozoóides).


Os sifonóforos mais famosos são as caravelas-portuguesas, comumente encontradas encalhadas nas areias da praia, ao longo do litoral brasileiro, como na imagem abaixo:


Caravela-portuguesa, um tipo de sifonóforo.
Caravela-portuguesa na Praia de Guaraú, em Peruíbe, SP. Fonte: G1.

Abaixo, podemos observar uma imagem esquemática mostrando como são os organismos coloniais da Classe Hydrozoa (os sifonóforos - como caravelas, e hidróides):


Imagem esquemática dos pólipos de sifonóforos.
Pólipos (zoóides) de hidrozoários coloniais (Cnidaria: Hydrozoa) distribuídos ao longo da superfície. Fonte: Invertebrados, 3ª edição (adaptada).

Leia mais:



Importância ambiental dos sifonóforos

Os sifonóforos se comportam como predadores na natureza, cumprindo o importante papel de contribuir para a ecologia e o equilíbrio dos mares. Entre essas funções está a reciclagem de nutrientes, essenciais para a sustentação do ecossistema marinho.


Somado a isso, os sifonóforos controlam as populações de pequenos animais que fazem parte do zooplâncton, assim como os pequenos peixes e larvas que capturam com seus tentáculos. Por outro lado, os sifonóforos também são presas de outras espécies ecologicamente importantes, como alguns peixes, tartarugas e lesmas do mar, como o Dragão Azul.


Leia mais sobre o Dragão Azul: Quem é o Dragão Azul do Mar?


Os sifonóforos são os maiores animais do planeta?

A resposta é sim! Alguns sifonóforos constituem os maiores animais viventes do planeta Terra!


Um sifonóforo de 45 metros de comprimento foi avistado por pesquisadores em um cânion submerso (vale profundo com encostas verticais), localizado no Oceano Índico; dessa maneira, os sifonóforos superaram a baleia-azul, até então considerado o maior animal do mundo, com 30 metros de comprimento. Dá pra acreditar?


Foi justamente por este motivo, que os sifonóforos intrigaram os cientistas no que diz respeito ao seu tamanho; acreditava-se que muitos sifonóforos não ultrapassassem centímetros, ou pouco mais de um metro (incluindo o comprimento dos tentáculos).


Observe, abaixo, o belíssimo registro dos pesquisadores que encontraram este animal:


Sifonóforo do gênero Apolemia. Fonte: Schmidt Ocean (@SchmidtOcean – Twitter).




O que fazer ao encontrar um sifonóforo / cnidário na praia?


Como já foi mencionado, os sifonóforos mais comuns são as caravelas-portuguesas, que podem estar presentes em nossas praias e, por vezes, podem ser confundidas com as águas-vivas (outro animal que requer bastante atenção, seguindo as mesmas orientações a seguir).


Pelo fato dos sifonóforos e água-viva serem cnidários, possuem células urticantes presentes em algumas regiões do corpo do animal, principalmente nos tentáculos; ao tocar a nossa pele, essas células se rompem e liberam algumas toxinas que causam muita irritabilidade e alergia, podendo chegar a causar um choque anafilático.


Portanto, ao encontrar uma caravela na praia, não chegue perto! Mas, também não jogue areia, pois o animal ainda pode estar vivo e, quando a maré subir novamente, poderá retornar ao mar sem maiores prejuízos.


Lembre-se: matar animais silvestres é crime ambiental, e o indivíduo poderá sofrer penas, tais como prisão e multa, mediante a Lei Nº 9.605/98!!!


Caso você tenha encostado nos sifonóforos ou em qualquer outro cnidário enquanto se banhava no mar, é desejável que retire os tentáculos da sua pele com o auxílio de uma gaze e gelo. Caso não possua, lave o local do acidente com a própria água do mar; água potável/de torneira estimula o rompimento de mais células urticantes devido à diferença de pH.


Muitas pessoas aconselham urinar no local do acidente, mas este procedimento está errado e pode agravar o problema!!! Logo, o melhor a se fazer é ir ao hospital, para que a equipe médica e enfermeiros realizem todos os procedimentos com maior cuidado.


Para você, professor!

Você pode abordar este conteúdo durante suas aulas referentes à Zoologia dos Invertebrados (ênfase no Filo Cnidaria) e primeiros socorros.


Quer saber mais sobre animais e meio ambiente? Visite nosso Instagram e consulte os seguintes posts:


Escrito por: Manoel Celestino de Pontes Filho (@manoelpontes_)

Revisado por: Juliana Cuoco Badari (@jujubadari)


Como citar este texto:


PONTES FILHO, M. C.; BADARI, J. C. Os sifonóforos são os maiores animais do planeta?. Potencial Biótico. Disponível em: <https://www.potencialbiotico.com/post/sifonoforos>. Acesso em:


Referências bibliográficas:


BBC News Mundo. Sifonóforo, el sorprendente organismo de 45 metros de largo y que produce su propia luz encontrado en el fondo del mar de Australia. Disponível em: https://www.bbc.com/mundo/noticias-52289163. Acesso: 04 de novembro de 2020.


FLORES-GALICIA, L.; DE LA CRUZ-FRANCISCO, V. Primeros registros de medusas (Cubozoa, Scyphozoa), sifonóforos (Hydrozoa) y ctenóforos (Tentaculata) del Sistema Arrecifal Lobos-Tuxpan, México. CICIMAR Oceánides, v. 33, n. 1, p. 25-38, 2018.


SCOTT-FRÍAS, J.; DE JORQUERA, E. M. La Fragata Portuguesa o Aguamala (Physalia physalis): Importancia en la salud pública. Revista Bionatura, v. 5, n. 4, p. 1418-1422, 2020.



 

Manoel Pontes

Redator

Graduado em Ciências Biológicas (licenciatura) pela UFPB. Mestrando em Ecologia e Monitoramento Ambiental (PPGEMA/UFPB). Atua em atividades de ensino e extensão.


Aqui você encontra mais textos meus:


 

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