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Como a ecolocalização funciona?

Atualizado: 18 de set. de 2022

A ecolocalização é um mecanismo utilizado principalmente por morcegos e alguns cetáceos para navegar no ambiente ou detectar presas. Um som é emitido pelo animal, que quando chega a um objeto ou outro ser vivo, ecoa (“rebate”) de volta ao emissor do som , que assim, localiza o objeto no ambiente.


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O que é ecolocalização?


A ecolocalização é uma método sonoro que alguns animais utilizam para identificar o que está ao seu redor. O animal emite um pulso sonoro, que “rebate” em objetos ou outros animais e forma uma espécie de eco. O animal que emitiu o pulso capta esse eco e através dele consegue definir a localização e tamanho do objeto ou animal.


Que animais ecolocalizam?


Os exemplos mais famosos de animais que ecolocalizam são os morcegos e os golfinhos. Além deles, algumas aves como o andorinhão e guácharo, espécie noturna que vive em cavernas com baixa ou luminosidade inexistente, e também os musaranhos, um tipo de mamífero.


Além dos golfinhos, outros cetáceos ecolocalizam: os Odontocetos, também chamados de “baleias dentadas”. É o grupo ao qual pertencem os golfinhos, orcas, cachalotes e outros cetáceos dentados.


No caso dos morcegos, vale ressaltar que, apesar de serem um dos grupos mais lembrados pela ecolocalização, não são todos os morcegos que ecolocalizam. Também, nem todo som emitido por morcegos tem a função de ecolocalização. Há também sons com função de comunicação entre os indivíduos.


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A ecolocalização dos morcegos


Ao contrário do que pode-se pensar, a ecolocalização dos morcegos não é necessariamente ultrassônica. Certas espécies da subordem Microchiroptera, sim, produzem um “grito” ultrassônico, um som cuja frequência é muito alta e os ouvidos humanos não captam. No entanto, outros sons emitidos pelos morcegos podem ser ouvidos pelos humanos.


A emissão desses sons demanda uma grande quantidade de energia dos morcegos. Porém, durante o voo, o custo é mínimo pois os mesmos músculos utilizados para bater as asas também são os que realizam a ventilação pulmonar .


Os morcegos utilizam essa sinalização para navegar pelo ambiente evitando obstáculos e para encontrar alimento. A ecolocalização é muito eficaz para se encontrar insetos parados ou em pleno voo!


Um fato que pode confundir muita gente, é associar a ecolocalização à falta de visão, mas isso não é necessariamente verdade. Morcegos não são cegos, eles têm capacidade visual. A ecolocalização, então, não surge para substituir a visão, mas sim como uma outra maneira de se perceber o ambiente.


Um morcego emite ondas sonoras (em preto). O som encontra um inseto que ecoa essas ondas sonoras (eco em vermelho) de volta para o morcego.
Um morcego encontrando um inseto com a ecolocalização. Modificado de: Unsplash

A ecolocalização dos golfinhos e seus parentes próximos


A ecolocalização destes animais é muito similar à dos morcegos, de certa forma. O crânio dos Odontocetos possui um saco de ar que está conectado ao orifício respiratório. Por este saco são emitidos os “cliques” que vão chegar até algum objeto ou outro animal e emitir um eco, que é captado pela cavidade que há na mandíbula dos golfinhos. O eco é transmitido até o ouvido interno do animal que através dele detecta a fonte deste eco.


Os sons emitidos por esses animais são emitidos inicialmente no meio aéreo: os pulmões e sacos de ar. Depois, eles são propagados no meio aquático. O som é uma onda mecânica, uma vibração das moléculas do ambiente, e, como a água é muito mais densa que o ar, essa mudança brusca de densidade, do ar para a água, dificulta a propagação do som como ele foi emitido pois passa de um ambiente com as moléculas mais “soltas” para um com elas mais “juntas” (já tentou falar algo para alguém que está mergulhando numa piscina e esta pessoa não conseguiu entender o que você, que está fora da água, disse? Esse é o motivo!).


Os Odontocetos têm uma estrutura muito interessante e característica chamada de “melão”, um corpo gorduroso localizado na cabeça, à frente do crânio.

A sua função é amenizar a diferença de densidade entre o saco de ar do crânio do animal e o meio aquático. Esse corpo gorduroso tem uma densidade intermediária entre a do ar e a da água, por assim dizer. Desta forma, o som vai passando gradualmente de um meio menos denso para um mais denso. Isso faz com que o som se disperse com facilidade e intensidade.


Duas imagens são mostradas. Uma beluga, à esquerda, e um golfinho, à direita. O melão de cada animal é apontado por uma seta amarela.
O melão dos Odontocetos. As setas amarelas indicam posição do melão em uma beluga (esquerda) e em um golfinho (direita) Modificado de: Unsplash

No filme “Procurando Dory” da Disney Pixar, a peixinha Dory, em certa parte de sua aventura, encontra a Beluga Bailey. Em partes do filme, é mostrada, de certa maneira, a ecolocalização dos Odontocetos.



Escrito por: Eduardo Gastal

Revisado por: Nicolas Nathan dos Santos


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Confira também, abaixo, textos relacionados a cetáceos, morcegos e outros animais:


Como citar este texto:


GASTAL, E. R. S.; SANTOS, N. N. Como a ecolocalização funciona?. Potencial Biótico. Disponível em: <https://www.potencialbiotico.com/post/comoaecolocalizacaofunciona>. Acesso em:


Referências:


BARCELLOS, Diogo. Os sons do oceano. Bate-papo com Netuno, 2016. disponível em https://www.batepapocomnetuno.com/post/os-sons-do-oceano.


SPEAKMAN, J. R. The evolution of echolocation for predation. Symp. zool. Soc. Land. 1993.


BRINKLØV, S.; FENTON, M. B.; RATCLIFFE, J. M. Echolocation in Oilbirds and swiftlets. Front. Physiol. 2013.


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