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Quais são as plantas PANC?

Atualizado: 16 de mai. de 2022

Quando você vai à feira consegue identificar todas aquelas verduras, legumes e frutas? Geralmente conhecemos apenas os vegetais produzidos em larga escala pelo agronegócio. Porém, no Brasil existe uma enorme variedade de plantas nutritivas e saborosas, que não fazem parte da alimentação cotidiana dos brasileiros por falta de informação e acesso. Essas plantas alimentícias não convencionais são conhecidas como PANC. Confira neste artigo uma lista com 5 plantas PANC.


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O que são as plantas PANC?


A sigla PANC significa plantas alimentícias não convencionais, ou seja, são alimentos de origem vegetal que não fazem parte do cotidiano alimentar de grande parte das pessoas. Podemos definir como PANC aquelas plantas que geram muitas dúvidas na hora da identificação (nome popular e imagem) e do consumo.


O Brasil é um país rico em biodiversidade (variedade dos seres vivos), assim, todas as regiões do país proporcionam várias plantas que podem ser consumidas. Porém, em geral, não existe cultivo e comercialização em grande escala de variedades de plantas alimentícias locais. Dessa forma, o uso das plantas PANC fica muito restrito e elas podem desaparecer das refeições ao longo das gerações.


É importante ressaltar que plantas não convencionais em algumas regiões do país, podem fazer parte do cotidiano cultural e culinário de outros locais. Como por exemplo, a ora-pro-nobis, uma planta convencional na culinária mineira, mas que é desconhecida no Norte, portanto, ela é uma PANC nesta região.


A definição de se uma planta é PANC não é fixa, pois é preciso considerar seu uso cultural e local.


Conheça 5 PANC


A seguir vamos apresentar cinco exemplos de plantas PANC, as quais são comuns nas diferentes regiões do país, mas tem seu potencial alimentar pouco explorado. No entanto, vale lembrar que podem existir culturas que usam essas plantas no cotidiano, e neste caso, elas não são PANC em tais culturas.


1- Cajá-manga


A Spondias dulcis, também conhecida como cajá-manga, é uma árvore cultivada, principalmente, no Norte e Nordeste do Brasil. Podemos comer o fruto da cajá-manga maduro e usá-lo em saladas, além disso a polpa pode ser usada no preparo de sucos, purês e doces.


Além do fruto, as folhas jovens, que são ácidas, também tem potencial para serem usadas como tempero e serem consumidas de forma crua ou cozida.



Folhas e frutos da Cajá-manga
Cajá-manga. Foto por: Wikimedia


2- Árvore-pagode


As flores do arbusto Plumeria rubra chamam atenção por sua beleza, por isso são tão cultivadas para o paisagismo. Mas para surpresa de muitos, as flores também podem ser usadas na culinária e na produção de cosméticos. Então, aproveite para colhê-las nos parques e jardins da sua cidade.


Essas flores são aromáticas e tem potencial antioxidante, ou seja, combate os radicais livres (átomos instáveis que prejudicam algumas células saudáveis do corpo). É possível preparar as flores de árvore-pagode salteadas, cristalizadas e fazer geleias com elas.



Flores e folhas da Plumeria rubra.
Flores comestíveis da árvore-pagode. Foto por: Wikimedia

3- Nirá


A Allium tuberosum é uma herbácea cultivada em todas as regiões do país em hortas caseiras, mas também é considerada uma erva daninha quando cresce em lugares indesejados.


As flores e botões florais do nirá são comestíveis e funcionam como um remédio para a fadiga. As folhas dessa planta PANC tem aroma e sabor parecidos com o alho, então podem ser usadas como tempero e em conjunto com várias receitas.



planta alimentícia não convencional Nirá.
PANC Nirá. Foto por: Wikimedia

4- Banana verde


A banana madura é bastante conhecida e consumida no Brasil. Porém, é incomum o uso da banana verde no cotidiano de muitas pessoas, por isso, a Musa x paradisiaca L. se configura como uma planta PANC. Todavia, nos países da América Central, a banana verde é usada de modo semelhante à batata e ao inhame.


A Musa x paradisiaca L. é rica em amido (reservatório de energia para os vegetais). Para aproveitar seus nutrientes, podemos cozinhar o fruto com a casca, pois ela também é comestível. Além disso, o umbigo da bananeira (conjunto de flores), também pode ser refogado e usado para rechear salgados. É bastante saboroso!



Cachos de banana verde e umbigo da bananeira.
Banana verde e umbigo da bananeira. Foto por: Wikimedia

5- Ipê


As árvores do ipê são muito usadas no paisagismo urbano nas regiões tropicais do país. Existem espécies de ipês com flores de diferentes cores, as quais são bastante características. Além de embelezar a cidade, as flores dos ipês Tabebuia sp. podem fazer parte das nossas refeições como ingrediente e como decoração.


As flores têm sabor semelhante ao almeirão, ou seja, são levemente amargas. Então, elas podem ser usadas na salada, como também podem ser empanadas e salteadas.



árvores de ipê amarelo
Ipê amarelo. Foto por: Wikimedia


Quais as vantagens das PANC?


A produção de PANC nos jardins domésticos e/ou por agricultores têm vantagens para o meio ambiente, para a população e para a saúde. Pois, o cultivo de plantas PANC:


  • Aumenta a oferta de alimentos ao longo do ano;

  • Valoriza a biodiversidade local;

  • Incentiva uma alimentação mais diversa, saudável e de baixo custo.


Depois de conhecer algumas vantagens das PANC, você deve estar se perguntando se é seguro consumir tais plantas, e a resposta é sim!


A segurança no consumo das plantas PANC é assegurada por estudos científicos. Além disso, sabemos que é seguro, pois várias dessas plantas já fazem parte da culinária de outros locais. Então, você pode inserir as PANC na sua alimentação sem medo!


Para você professor


Para auxiliar você professor a planejar sua aula, damos exemplos de habilidades que podem ser desenvolvidas com seus alunos baseadas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a partir do uso deste texto como material de apoio.

Com os objetivos de promover o conhecimento acerca da biodiversidade vegetal, anatomia vegetal, nutrição do organismo e hábitos alimentares.

Ensino fundamental:

(EF02CI06) “Identificar as principais partes de uma planta (raiz, caule, folhas, flores e frutos) e a função desempenhada por cada uma delas, e analisar as relações entre as plantas, o ambiente e os demais seres vivos”.

(EF05CI08) Organizar um cardápio equilibrado com base nas características dos grupos alimentares (nutrientes e calorias) e nas necessidades individuais (atividades realizadas, idade, sexo etc.) para a manutenção da saúde do organismo.

(EF05CI09) Discutir a ocorrência de distúrbios nutricionais (como obesidade, subnutrição etc.) entre crianças e jovens a partir da análise de seus hábitos (tipos e quantidade de alimento ingerido, prática de atividade física etc.).

Ensino médio:

(EM13CNT206) “Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta”.

(EM13CNT303) “Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações”.

Deixamos alguns exemplos de recursos didáticos para ajudar você, professor, em suas aulas.

O Instituto Claro disponibiliza um plano de aula voltado para PANCs, confira clicando aqui. O Jardim Botânico de São Paulo disponibiliza um passeio virtual pelo Jardim.

Você tem mais exemplos e sugestões? Então deixe aqui embaixo nos comentários!



Que tal conhecer mais sobre plantas? Visite nosso Instagram e consulte nossos textos sobre o tema:




Escrito por: Paloma Dune

Revisado por: Mateus Bispo



Referências:


KINUPP, Valdely; LORENZI, Harri. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil : guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014.


NASCIMENTO, Vinicius; GONÇALVES, Juliana. Guia Prático de PANC: Plantas Alimentícias Não Convencionais. 1. ed. São Paulo: Instituto Kairós, 2017.

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